Notícia
Catarina Martins confronta Costa com apoios ao empresário Mário Ferreira
Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, "tudo é estranho nessa decisão" do Banco de Fomento, já que foi atribuída prioridade a um investimento de "cruzeiros no Ártico, que é uma das zonas mais sensíveis às alterações climáticas".
20 de Julho de 2022 às 18:02
A coordenadora do BE questionou esta quarta-feira o primeiro-ministro sobre se teve envolvimento nos apoios concedidos pelo Banco do Fomento ao empresário Mário Ferreira, que está a ser investigado. António Costa negou e considerou insultuosa a pergunta.
Este momento tenso aconteceu no debate sobre o estado da nação, no parlamento, na ronda de perguntas a cargo da coordenadora do Bloco de Esquerda ao líder do executivo, que deu respostas em 50 segundos, após uma intervenção inicial de Catarina Martins de cerca de cinco minutos.
"Mário Ferreira, que é conhecido pelo escândalo [das operações] com o navio Atlântida, pelos cruzeiros no Douro, pela compra da TVI, não é só o maior beneficiário dos apoios agora conhecidos do Banco de Fomento. Ele recebe mais do que todos os outros: 40 milhões de euros de investimento público", referiu Catarina Martins.
Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, "tudo é estranho nessa decisão" do Banco de Fomento, já que foi atribuída prioridade a um investimento de "cruzeiros no Ártico, que é uma das zonas mais sensíveis às alterações climáticas".
"Foi dada prioridade a uma empresa cujo empresário Mário Ferreira está a ser investigado a nível nacional e europeu por branqueamento de capitais e por fuga ao fisco. Foi dada prioridade a uma empresa que é administrada por um ex-assessor do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado", prosseguiu Catarina Martins.
A seguir, deixou a pergunta: "Que envolvimento teve o senhor primeiro-ministro nesta decisão?"
António Costa respondeu desta forma: "Sobre a pergunta insultuosa que me dirigiu, a minha intervenção é zero. Foi zero, como muito bem a senhora deputada sabe".
Na sua intervenção, a coordenadora do Bloco de Esquerda insurgiu-se contra a continuidade das práticas em Portugal da multinacional Uber, "uma história de banditismo económico e manipulação".
"Em 2021, o PS comprometeu-se a obrigar a Uber e demais plataformas a estabelecer contratos de trabalho. Lembro-me de ouvir a sua promessa sobre isto no final do Congresso do PS", observou, dirigindo-se diretamente a António Costa.
Catarina Martins referiu depois o Livro Verde nomeado pelo executivo na anterior legislatura, a proposta de diretiva europeia elaborada por uma deputada socialista sobre a importância de disciplinar as práticas destas plataformas, assim com declarações de António Costa na última campanha eleitoral.
"Mas o Governo acaba de rasgar o Livro Verde e de desdizer tudo o que prometeu. Na agenda, que ainda se chama de trabalho digno, não sabemos porquê, a Uber já não tem de fazer contratos com os trabalhadores, reabrindo-se a porta à figura do intermediário", sustentou a coordenadora do BE.
Na curta resposta, o primeiro-ministro apenas disse que a proposta do Governo, denominada Agenda para o Trabalho Digno, poderá ser melhorada no parlamento, durante a fase dos trabalhos na especialidade.
Catarina Martins deixou ainda críticas ao executivo pela ausência de resposta perante a subida da inflação - "cada trabalhador já perdeu um mês de salário" -, mas também situação ao nível da prevenção de incêndios e da saúde.
"Sabemos que os eucaliptos e o mato cresceram nas áreas que ficaram ao abandono após 2017, apesar de todas as promessas. Na saúde, o primeiro-ministro veio aqui dizer-nos que vai ter um estatuto, que ainda ninguém conhece e que se desconhece qual o alcance que terá. O que sabemos é que o investimento estrutural não existe", considerou.
Depois, deixou um aviso a António Costa, dizendo que ele corre risco de repetir a frase do presidente do PSD, Luís Montenegro: "O país está melhor, as pessoas é que não".
"Não, eu não me imagino a dizer nada que tenha dito o novo líder do PS", ripostou o primeiro-ministro.
Este momento tenso aconteceu no debate sobre o estado da nação, no parlamento, na ronda de perguntas a cargo da coordenadora do Bloco de Esquerda ao líder do executivo, que deu respostas em 50 segundos, após uma intervenção inicial de Catarina Martins de cerca de cinco minutos.
Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, "tudo é estranho nessa decisão" do Banco de Fomento, já que foi atribuída prioridade a um investimento de "cruzeiros no Ártico, que é uma das zonas mais sensíveis às alterações climáticas".
"Foi dada prioridade a uma empresa cujo empresário Mário Ferreira está a ser investigado a nível nacional e europeu por branqueamento de capitais e por fuga ao fisco. Foi dada prioridade a uma empresa que é administrada por um ex-assessor do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado", prosseguiu Catarina Martins.
A seguir, deixou a pergunta: "Que envolvimento teve o senhor primeiro-ministro nesta decisão?"
António Costa respondeu desta forma: "Sobre a pergunta insultuosa que me dirigiu, a minha intervenção é zero. Foi zero, como muito bem a senhora deputada sabe".
Na sua intervenção, a coordenadora do Bloco de Esquerda insurgiu-se contra a continuidade das práticas em Portugal da multinacional Uber, "uma história de banditismo económico e manipulação".
"Em 2021, o PS comprometeu-se a obrigar a Uber e demais plataformas a estabelecer contratos de trabalho. Lembro-me de ouvir a sua promessa sobre isto no final do Congresso do PS", observou, dirigindo-se diretamente a António Costa.
Catarina Martins referiu depois o Livro Verde nomeado pelo executivo na anterior legislatura, a proposta de diretiva europeia elaborada por uma deputada socialista sobre a importância de disciplinar as práticas destas plataformas, assim com declarações de António Costa na última campanha eleitoral.
"Mas o Governo acaba de rasgar o Livro Verde e de desdizer tudo o que prometeu. Na agenda, que ainda se chama de trabalho digno, não sabemos porquê, a Uber já não tem de fazer contratos com os trabalhadores, reabrindo-se a porta à figura do intermediário", sustentou a coordenadora do BE.
Na curta resposta, o primeiro-ministro apenas disse que a proposta do Governo, denominada Agenda para o Trabalho Digno, poderá ser melhorada no parlamento, durante a fase dos trabalhos na especialidade.
Catarina Martins deixou ainda críticas ao executivo pela ausência de resposta perante a subida da inflação - "cada trabalhador já perdeu um mês de salário" -, mas também situação ao nível da prevenção de incêndios e da saúde.
"Sabemos que os eucaliptos e o mato cresceram nas áreas que ficaram ao abandono após 2017, apesar de todas as promessas. Na saúde, o primeiro-ministro veio aqui dizer-nos que vai ter um estatuto, que ainda ninguém conhece e que se desconhece qual o alcance que terá. O que sabemos é que o investimento estrutural não existe", considerou.
Depois, deixou um aviso a António Costa, dizendo que ele corre risco de repetir a frase do presidente do PSD, Luís Montenegro: "O país está melhor, as pessoas é que não".
"Não, eu não me imagino a dizer nada que tenha dito o novo líder do PS", ripostou o primeiro-ministro.