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Castro Almeida: "Banco do Fomento está para ser criado há 100 anos"
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional diz que sonha que "Portugal não precise de fundos comunitários na quantidade em que recebe".
O secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida, disse esta quinta-feira, 28 de Maio, no Fórum do Empreendedorismo, no Europarque, que "o Banco do Fomento está para ser criado há 100 anos. Não reconheço legitimidade a quem esteve em governos anteriores e não o criou", para criticar o processo, afirmou.
O governante referiu que a instituição tem que ajudar as PME a obter taxas de juro semelhantes às que existem na União Europeia, ou seja, mais baixas. "Há empresas que bastava-lhes um reforço de capitais, porque já têm equipamentos instalados".
Castro Almeida salientou ainda que nem tudo correu bem na aplicação dos fundos comunitários desde que Portugal teve acesso a eles. "Não vamos fazer uma revolução, mas temos que fazer uma reforma importante no Portugal 2020 face aos anteriores. São 28 anos de fundos. Nos primeiros 10 anos Portugal aproximou-se 12 pontos percentuais da média europeia em poder de compra. Nos últimos anos divergimos 1 ponto percentual. Isto quer dizer que as coisas não correram bem", salientou.
Ainda que Castro Almeida diga que não acredita que os fundos tenham sido "esbanjados", mas que foram "sobretudo para obras públicas". O governante acredita que é preciso "dirigir os fundos para apoiar o investimento privado. Isto não é música para toda a gente. Há muita gente que não gosta desta opção. Há muita gente, na máquina do Estado, nomeadamente, que queria continuar a fazer obras públicas" adiantou Castro Almeida.
O governante deixou ainda um aviso para a área de consultoria. "Dizem que sou crítico dos consultores. Eu gostaria de ver o processo de candidaturas dominado por empresários e não por consultoras. Eles é que dominam o negócio, os consultores têm é que ajudar no preenchimento mas não inventar negócios".
No futuro, Castro Almeida disse ter um sonho. "Que Portugal deixe de receber fundos na quantidade em que recebe", porque isso implica que o país estaria mais rico. "É muito triste estarmos na mesma posição depois de mais de 60 mil milhões de fundos".
No mesmo evento, Pedro Gonçalves, secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, manifestou, sobre a garantia mútua, que "estes sistemas de redução de risco têm que partir de uma base diferente do passado. Não podem basear-se em ganhos privados e prejuízos públicos".
José Fernando Figueiredo, presidente da SPGM, recordou que nos últimos 20 anos, "foi possível fazer 175 mil operações, apoiar 85 mil empresas, e conceder 20 mil milhões em crédito" através da sociedade de garantia mútua.