Os autocarros da Carris vão cheirar a Happy City, o perfume que a marca de transportes públicos está a desenvolver. Mistura cravo, manjerico e aroma a roupa lavada. Os Hotéis Tivoli escolheram baunilha, laranja do Algarve e tangerina do Brasil para compor a sua fragrância Soulmi. A edp5D preferiu hortelã-pimenta e ramos de rosa para conceber o aroma Ediliant.

Estas insígnias querem ter uma identidade multi-sensorial. O logo e as paletas de cores não bastam para uma experiência completa de marca, como refere, ao Negócios, o guru Martin Lindstrom.

As receitas aromáticas, cujos ingredientes vêm da cidade francesa de Grasse, a capital mundial do perfume, foram apresentadas na semana passada durante o Congresso Internacional de Marketing, organizado pela APPM (Associação Portuguesa de Marketing).

A mostra de aromas foi elaborada por Lourenço Lucena, sócio da Blug, consultora que desenvolveu a nova identidade das marcas portuguesas.

As experiências com aromas não são novas em Portugal. O Centro Vasco da Gama emanou aroma a brisa marinha. A Häagen-Dazs testou a difusão de essências de morango e café nas lojas do Chiado, Colombo e Amoreiras. A Bertrand apostou na fragrância a erva fresca com menta e hortelã, aroma que remete para o mundo dos livros e tende a aumentar o tempo de permanência na lojas. O Bar Estado Líquido chegou a difundir aroma a laranja com um toque de especiarias e madeira exótica.

Se as experiências aromáticas não são uma estreia no País, já a construção de uma identidade sensorial completa - que envolve os cinco sentidos - é um território pouco explorado pelo "marketing" português.

Carris, Hotéis Tivoli e edp5D são referidas como as primeiras três marcas portuguesas com uma abordagem multi-sensorial. Têm uma dimensão visual própria, com uma paleta de cores específica, uma dimensão táctil e até uma composição auditiva única. Cada marca tem uma melodia exclusiva.