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Capital de risco quer entrar a fundo no novo “barco” do Banco de Fomento
A associação que representa os setores de “private equity” e “venture capital”, capital de risco e capital semente em Portugal “saúda” a nova liderança do BPF, sinalizando que quer continuar a colaborar na montagem de fundos de fundos.
A Associação Portuguesa de Capital de Risco (APCRI) tem defendido "a aplicação eficiente do dinheiro do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de forma tão rápida quanto possível", assim como "a criação de novos fundos de fundos destinados à recapitalização e ao crescimento de empresas através da indústria de capital risco, nomeadamente em empresas dos setores mais afetados pela subida dos combustíveis e pela pressão inflacionista".
"Se há momento na economia portuguesa em que o impacto altamente positivo do capital de risco nas empresas é necessário, é este", afirma o presidente da APCRI, Luís Santos Carvalho.
"O reduzido peso desta indústria no PIB português, comparativamente com a média europeia (18 vezes inferior), é um atavismo de que o país tem de se libertar para crescer, aumentar o emprego, a faturação das empresas e a sua rentabilidade", preconiza o mesmo líder associativo, que é também um dos sócios fundadores da Vallis Capital Partners.
É perante este quadro que a APCRI "saúda" a nova liderança do Banco Português de Fomento (BPF), mantendo "toda a disponibilidade para colaborar com o Governo", nomeadamente "na união de esforços com o BPF, para mobilizar a aplicação de capital privado na economia portuguesa ao lado das verbas europeias do PRR".
A APCRI "está a colaborar" com o BPF e sublinha "a importância que os instrumentos já criados por este banco", e nos quais a associação "deu o seu contributo, têm para a ativação da economia portuguesa neste momento tão particular", colocando-se "à disposição" da nova presidente, Celeste Hagatong, e da nova CEO, Ana Rodrigues de Sousa Carvalho.
"São dois quadros de excelência da banca de investimento que sabem exatamente o que é preciso fazer no Banco de Fomento para acelerar a transmissão das verbas europeias à economia, aumentando a competitividade das empresas portuguesas", afiança Luís Santos Carvalho.
"Como tive oportunidade de dizer ao senhor ministro da Economia e do Mar num encontro de empresários, a indústria de capital de risco em Portugal tem capacidade para fazer chegar, de forma eficiente e produtiva, os fundos europeus às empresas com potencial de crescimento, juntamente com capital privado e com gestão profissional", garante.
Nessa reunião com o ministro António Costa Silva, o presidente da APCRI falou dos resultados do estudo "Análise da Indústria do Capital de Risco em Portugal", concluído pelo ISCTE em outubro, o qual "mostra a capacidade que o setor tem de mobilizar capital privado para investir em empresas, atingindo boas taxas de rentabilidade e um alto nível de pagamento de impostos".
Em Portugal "existe uma notável contribuição do capital de risco para o volume de negócios e produtividade das respetivas participadas, que neste aspeto revelam uma evolução significativamente mais favorável comparativamente à da respetiva média nacional por empresa", refere o estudo do ISCTE.
"A APCRI – e as principais empresas do setor – estão mobilizadas para prosseguir a cooperação com o Ministério da Economia e com o Banco de Fomento que está em marcha desde o final de 2021", afirma Luís Santos Carvalho.
"Essa cooperação pode incluir a participação da APCRI em grupos de trabalho para desenvolver soluções que aumentem a capitalização das empresas portuguesas através de verbas europeias, nomeadamente do PRR", remata o líder da associação que representa os setores de "private equity" e "venture capital", capital de risco e capital semente em Portugal.