A Caixa Geral de Depósitos deverá realizar uma mais-valia que pode chegar aos 130 milhões de euros com a venda da posição de 12,3% que detém do banco brasileiro Unibanco.

Ao preço do fecho da sessão de quinta-feira, a essa posição vale 549 milhões de euros e o valor com que está registada no balanço da CGD é de 420 milhões de euros. No entanto, a expectativa do banco português é que a venda «seja feita com desconto em relação aos preços de mercado», de acordo com fonte oficial da administração da CGD.

Essa venda abaixo do preço de mercado resulta do facto de se tratar de uma posição considerável mas que não dá controlo nem participação na gestão da instituição.

A operação, uma oferta pública de venda, será feita sob a forma de Units e Global Depositary Shares (GDS), recorrendo ao sistema de book-building. A mesma fonte da CGD estima que a venda esteja concluída em Setembro.

«A venda resulta de uma decisão estratégica. O montante investido era desproporcionado em relação aos benefícios» que eram retirados, de acordo com a posição oficial da CGD.

O banco público pretende continuar no mercado brasileiro. Para já, vai manter o acordo comercial com o Unibanco e vai continuar a apostar nas áreas da banca de investimento, corporativa e, provavelmente, «private banking». Na banca de investimento a CGD já actua «em operações pontuais e muito ligadas a Portugal».