O Banco Privado Português (BPP) vai proceder a um aumento de capital por incorporação de reservas. Com esta operação o capital social da instituição financeira passará de 29,93 milhões de euros (seis milhões de contos) para 41,9 milhões de euros (8,4 milhões de contos), através da emissão de 2,4 milhões de acções, no valor nominal de 4,99 euros (1.000 escudos). Os accionistas receberão duas novas acções por cada cinco detidas, ou seja 0,4 acções novas por cada acção.

Segundo um responsável da instituição financeira «esta operação já estava projectada desde Março/Abril, mas só agora se concluiu devido às barreiras burocráticas». O mesmo responsável explicou ainda que esta decisão «não se prende com as recentes aquisições da Mundicenter».

A instituição financeira, presidida por João Rendeiro, adquiriu recentemente mais de 10% da Mundicenter, mas «em nome de diversos clientes do banco» esclareceu a mesma fonte. Recorde-se que a Mundicenter está a ser alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA) por parte da família Alves Ribeiro que oferece 10 euros (2.005 escudos) por cada acção, «um valor muito inferior do real valor da empresa», acrescentou. O mesmo responsável vai mais longe ao afirmar que neste momento existe um grupo de minoritários descontente com esta oferta, e que «estes já representam cerca de 35%, incluindo os 10,1% recentemente adquiridos pelo BPP». Sobre os cerca de 7,5% que foram adquiridos poucos dias depois, a mesma fonte adiantou que «estes foram também adquiridos pelos pequenos accionistas e que já estão incluídos nos 35%».

Às 9h50 a Mundicenter cotava-se nos 11.3 euros (2.265 escudos), o que traduz uma desvalorização de 1,74%, mas mesmo assim encontram-se 13% acima do preço oferecido pela família Alves Ribeiro.