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BCP "estuda" Pequim, Xangai e Cantão para abertura de sucursal na China

Na China "o objectivo do banco não será fazer retalho porque seria um suicídio em termos financeiros", vincou o director da sucursal do BCP.

09 de Outubro de 2011 às 16:01
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O Banco Comercial Português (BCP) pediu uma licença de pleno direito para abrir uma sucursal na China para explorar "nichos de mercado" com a mira apontada às cidades de Pequim, Xangai e Cantão, disse em entrevista à Agência Lusa o director-geral da sucursal de Macau.

"Apresentámos o pedido de licença de abertura e ainda estamos a estudar um dos três pólos", apontou José João Pãosinho, ao indicar que o banco "não está a considerar" Hong Kong por se tratar de "um mercado maduro".

Na China "o objectivo do banco não será fazer retalho porque seria um suicídio em termos financeiros", vincou o director da sucursal do BCP. "A orientação será mais para nichos de mercado privilegiando-se a necessidade de empresas chinesas e de particulares com negócios no âmbito da lusofonia".

"Basta que consigamos penetrar nessa área para que o volume de negócios seja suficientemente atractivo".

Um ano depois de ter iniciado actividade plena em Macau, deixando o ‘offshore’, o balanço do BCP "é positivo", avaliou José João Pãosinho.

"Foi-nos possível oferecer taxas de juro competitivas nos depósitos, beneficiar de operações de crédito com ‘spreads’ interessantes e, simultaneamente, alargar operações com algumas empresas da China, em especial da província de Cantão, que têm relações comerciais com países africanos de língua portuguesa", explicou.

O desenvolvimento da filial "assentou naquilo a que o banco chamou de triângulo China-Europa-África" e que passou a "losango" depois de o banco somar ao seu "objectivo estratégico" operações com o Brasil, onde apresentou um pedido de licença numa parceria com o Banco Privado Atlântico de Angola.

No âmbito das actividades no Oriente, "está em curso um acordo com o China Development Bank, que vai permitir uma linha de financiamento à sucursal do BCP em Moçambique de montantes significativos para apoio à economia moçambicana intermediada pela nossa subsidiária", adiantou José João Pãosinho.

Em Macau, o BCP continua a desenvolver os acordos estabelecidos com o ICBC em termos de remessas de emigrantes chineses quer em Portugal, quer em África, bem como "as operações de ‘trade-finance’ e a lançar as bases daquilo que virá a ser a sucursal no futuro", disse o responsável.

"Continuamos num processo de crescimento, mas cauteloso", referiu, ao realçar que a conjuntura internacional assim o recomenda. Depois do "excepcional" 2010, "apontamos atingir, no final do ano, a faixa dos cinco milhões de euros, observou, ao recordar que a alteração para ‘onshore’ passou a implicar pagamento de impostos.

"Fechámos com 6,7 milhões [de euros], mas tivemos um conjunto de operações não recorrentes, se evoluirmos para um número daquela grandeza será um ano razoável", disse, ao defender que o BCP está a cumprir aquilo a que se propôs.

Actualmente, o segmento mais forte são os depósitos, depois de o banco ter procedido à ‘desalavancagem' para aumentar o grau de liquidez, com o euro a assumir "um peso significativo".

"Somos bastante competitivos em termos de taxas de juro", disse ao explicar que a rede de balcões da concorrência acarreta custos não existentes no BCP.

Este ano, o BCP lançou várias iniciativas oferecendo, entre outras, operações em renmimbis
sem as restrições que a maior parte dos clientes encontra em Macau de apenas poder transaccionar um montante limitado por dia, embora isso não seja possível em dinheiro vivo.

Apesar de haver clientes a procurar o renmimbi como "moeda de refúgio", José João Pãosinho lembrou que existe uma "barreira significativa", devido a "restrições muito fortes às transferências" entre Macau e a China.
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