A Sonae SGPS teria registado um prejuízo semestral de 10 milhões de euros (2 milhões de contos), ao invés de lucros de 18,5 milhões de euros (3,7 milhões de contos), caso não tivesse alterado as suas regras contabilísticas, segundo os dados do relatório do revisor oficial de contas (ROC), citados pelo «Diário Económico».

Segundo o ROC, da firma Magalhães, Neves e Associados, o grupo de Belmiro de Azevedo (na foto) adoptou este ano um novo critério que «não está de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceites em Portugal».

As reservas levantadas pelo ROC estão relacionadas com o registo no item «reservas» das diferenças de consolidação calculadas aquando da aquisição de investimentos financeiros em empresas do grupo, bem como noutras associadas directamente. Até ao ano passado, estes números eram registados no imobilizado incorpóreo.

Para além da diferença calculada pelo ROC nos resultados da Sonae SGPS [SON], também noutras empresas do grupo se teriam verificado resultados abaixo dos apresentados no primeiro semestre, caso fossem utilizadas as mesmas regras contabilísticas que no ano passado.

A Sonae Indústria [SONA] teria registado prejuízos de 43,4 milhões de euros (8,7 milhões de contos) e não de 37,4 milhões de euros (7,5 milhões de contos), segundo os cálculos do auditor. Na Modelo Continente [MCON], os lucros teriam sido inferiores em 23,44 milhões de euros (4,7 milhões de contos).

O ROC não fez qualquer reparo às contas da Sonae Imobiliária [SONIM], enquanto na Sonae.com [SNC], seguindo o critério do ano passado, os prejuízos semestrais teriam sido inferiores em 2,5 milhões de euros (500 mil contos).

As acções da Sonae encerram ontem inalteradas nos 0,56 euros (112 escudos).