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AG da Brisa aprova desblindagem de estatutos (act2)

A assembleia geral (AG) de accionistas da Brisa aprovou hoje a desblindagem de estatutos da empresa, que impedia os accionistas de votar com mais de 5% dos direitos de voto nas AG's da concessionária.

10 de Setembro de 2001 às 19:10
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(actualiza com sentido de voto do BPI na AG no sétimo parágrafo e com fecho de cotação no último parágrafo)

A assembleia geral (AG) de accionistas da Brisa aprovou hoje a desblindagem de estatutos da empresa, que impedia os accionistas de votar com mais de 5% dos direitos de voto nas AG"s da concessionária, disse ao Negocios.pt um accionista à saída da reunião.

«Os accionistas votaram hoje a favor da desblindagem de estatutos», adiantou o referido accionista ao Negocios.pt, sublinhando que esta proposta foi aprovada por maioria.

Esta desblindagem pode levar a um aumento do interesse dos investidores na concessionária liderada por Van Hoof Ribeiro, segundo fontes do sector.

Accionistas minoritários votaram a favor da desblindagem

Em declarações ao Negocios.pt, Van Hoof Ribeiro lembrou que «o representante dos pequenos accionistas», presente na AG de hoje, votou favoravelmente a todas as propostas, incluindo a desblindagem de estatutos.

Os accionistas de referência da concessionária também votaram a favor da desblindagem e das restantes propostas, acrescentou.

Entre os accionistas de referência encontram-se o Grupo José de Mello, o Banco Comercial Português (BCP).

O BPI, com uma posição directa de 8,69%, foi o único accionista que votou contra a proposta de abertura dos estatutos ao exercício de direitos de voto em posições superiores a 5%, revelou um accionista presente na AG.

Valor máximo de obrigações a emitir passa para 600 milhões

A reunião de accionistas da Brisa [BRISA] votou favoravelmente a alteração do valor máximo de obrigações a emitir pela Brisa, que passou dos anteriores 200 milhões de euros (40 milhões de contos) para os 600 milhões de euros (120 milhões de contos). Na proposta apresentada aos accionistas, a administração da empresa justifica esta alteração pelas «necessidades de cobertura financeira dos investimentos em curso».

Entre os investimentos que estão a ser desenvolvidos pela empresa, Van Hoof Riberiro destacou, à saída da AG, os projectos no Brasil, particularmente devido «ao enorme potencial de concessões de auto-estradas» naquele país.

«No Brasil há possibilidades nas auto-estradas que não há aqui (Portugal)», disse Van Hoof Ribeiro, adiantando que «há potencialidades no Brasil de cerca de 10 mil Km» de auto-estradas.

«Esta autorização (de aumentar a capacidade de endividamento) dá-nos liberdade para podermos, na altura própria, actuar, se necessário», acrescentou o presidente da Brisa.

Devido às potencialidades no Brasil, Van Hoof Ribeiro disse que, se «virmos oportunidades investiremos, (...) sempre em conjunto com os nossos “partners” brasileiros» (CCR).

A Brisa adquiriu recentemente uma posição de 20% na brasileira na Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) que pretende participar nos concursos de sete concessões naquele país.

Além disso, a Brisa «tem no seu balanço uma parte significativa de dívida para financiar os investimentos em auto-estradas. Esta emissão é uma forma de também de substituir dívida por obrigações por uma taxa de juro mais favorável», acrescentou.

AG aprova aumento de capital por incorporação de reservas

Aumento de capital da empresa, de 300 milhões (60 milhões de contos) para os 600 milhões de euros (120 milhões de contos), que era um dos pontos da ordem de trabalhos da AG, foi também aprovado pelos accionistas.

Este aumento de capital por incorporação de reservas dará à Brisa «uma maior capacidade (negocial) perante os bancos», disse Van Hoof Ribeiro aos jornalistas, à saída da AG.

O presidente da Brisa acrescentou ainda que esta incorporação de reservas servirá também «para aumentar a liquidez das acções da Brisa na Bolsa», uma vez que cada accionista receberá uma acção nova por cada título detido.

Vasco Vieira de Almeida é novo presidente da mesa da AG

A AG votou ainda favoravelmente a eleição de Vasco Vieira de Almeida para o cargo de presidente da mesa da AG, em substituição de Miguel Galvão Telles, que havia sido proposto pela Parpública, que já não está representada directamente no capital da Brisa, após a última fase de privatização da empresa, segundo adiantou um accionista à saída da AG.

«O novo presidente da mesa da AG foi proposto pelo accionista José de Mello», de acordo com o mesmo accionista.

Van Hoof diz que «minhas acções têm mais valor»

Van Hoof Ribeiro à saída da AG revelou que após as deliberações de hoje «acredito que as minhas acções, neste momento, tenham mais valor».

O mesmo responsável afastou o eventual cenário de oferta pública de aquisição (OPA) após a desblindagem de estatutos aprovada hoje.

Segundo afirmou, «não me parece» que será lançada uma OPA.

Na AG de hoje, estiveram representados 57% do capital da Brisa.

O Grupo José de Mello Investimentos é o maior accionista de referência da concessionária de auto-estradas ao deter uma participação de 11,2%, através de uma posição directa de 9,13% e, por via do BPI, de 2,07%.

O Grupo Banco Comercial Português (BCP) [BCP] detém uma participação de 5,71% do capital da Brisa, enquanto o BPI [BPIN] é titular uma posição directa de 8,69%, nos quais não se inclui a posição acima referida.

A accionista Window Blue detém uma participação de 4,92% do capital da Brisa.

As acções da Brisa fecharam a ganhar 1,81% para os 10,70 euros (2.145 escudos).

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