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AECOPS apresenta medidas para inverter ciclo de queda na construção
A AECOPS apresentou hoje, em conferência de imprensa, um estudo com um conjunto de 13 medidas gerais e diversas acções específicas que será entregue esta semana ao Governo e aos diversos grupos parlamentares, com o objectivo de inverter a tendência de que
A AECOPS apresentou hoje, em conferência de imprensa, um estudo com um conjunto de 13 medidas gerais e diversas acções específicas que será entregue esta semana ao Governo e aos diversos grupos parlamentares, com o objectivo de inverter a tendência de quebra de produção do sector, que ameaça entrar num ciclo consecutivo e inédito de seis anos consecutivos em perda.
«A construção é uma actividade através da qual a Europa se pode implantar ao resto do Mundo», realçou o presidente da AECOPS, Joaquim Carlos Fortunato, citando um documento da Comissão Europeia.
Questionado sobre se considerava que a entrega deste documento teria algum efeito real na condução das políticas do governo em relação ao sector, o presidente da AECOPS disse que «as pessoas que nos governam não são inconscientes e este estudo serve para relançar a ideia, que só em Portugal é que se perdeu, de que a construção é vital para a economia de qualquer país».
Com este estudo, caso as diversas medidas sugeridas fossem adoptadas, a AECOPS estabelece como «meta desejável atingir no médio prazo um nível de produção que represente 8% do PIB, por forma a suportar um maior crescimento económico nacional», tendo em conta os efeitos mais latos que o sector induz, quer a jusante, quer a montante.
Face ao clima de recessão agravada do sector em relação à economia em geral, o «output» da produção do sector face ao PIB – Produto Interno Bruto passou de 7,8% em 2001 para 6,5% em 2004. Comparativamente, em Espanha, que no final do ano passado se encontrava acima da média europeia, a contribuição da produção da construção para o PIB do país foi de 10,8%.
O peso da construção na contribuição para o PIB, apesar das perspectivas de estagnação da economia portuguesa para os próximos dois anos, deverá, na melhor da hipóteses manter-se, ou baixar ainda mais, tendo em conta as quebras já garantidas da produção do sector para o presente ano e as perspectivas de queda continuada até 2007.
A indústria da construção registou uma quebra de 2% do «output» em 2002 face ao não precedente. Em 2003, a quebra foi mais drástica, atingindo uma cifra de mais 9%. No ano passado, a queda face a 2003 foi de 2,7%.
Para este ano, que no primeiro semestre registou uma quebra de mais 4%, está prevista uma descida final de 2,1%. O cenário negativo do sector é agravado com as projecções do ITCI, segundo as quais a indústria registará novas quedas de 3,7% e de 3,1%, respectivamente em 2006 e 2007, o que perfaria seis anos consecutivos de perda para o sector..
O desfazamento é também visível na contribuição da construção para a FBCF – Formação Bruta de Capital Fixo (em termos gerais, o investimento), que foi de 51,8% em Portugal no final de 2004, quando em Espanha se cifrou 56,5%, sendo a média dos países europeus de 55,4%.