Notícia
Administradores da Luz Saúde vendem todas as acções
Os quatro membros da comissão executiva da Luz Saúde alienaram todas as suas acções. A operação foi feita fora de bolsa a 4,80 euros, abaixo do preço da OPA de 2014 mas o dobro do praticado no mercado.
A administração da Luz Saúde deixou de ser accionista da empresa. Em operações fora de mercado, e portanto negociadas directamente com o comprador, não identificado, as acções foram alienadas a 4,80 euros.
As transacções, que constam de um comunicado emitido através do site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, foram feitas a 8 de Julho, todas a 4,80 euros por acção.
Isabel Vaz, CEO da empresa, alienou 100 mil euros, arrecadando 480 mil euros. João Novais, Tomás Branquinho e Ivo Antão venderam, cada um, 80 mil acções, conseguindo cada um 384 mil euros.
Metade destes títulos agora alienados tinham sido atribuídos gratuitamente a cada um destes quatro membros da comissão executiva da Luz Saúde no primeiro trimestre de 2016 "no âmbito do programa de remuneração com base em acções aprovado em sede de assembleia-geral". Títulos que faziam parte da carteira de acções próprias da Luz Saúde (ou seja, não estava nem na posse directa do seu maior accionista nem de outros pequenos investidores).
"Após esta operação, os dirigentes referidos deixaram de deter quaisquer acções da Luz Saúde, S.A.", indica o comunicado da empresa, cujo nome antes da queda do Grupo Espírito Santo era, precisamente, Espírito Santo Saúde. O documento não diz quem foi o comprador.
De qualquer forma, a Luz Saúde é uma empresa quase na totalidade controlada pela Fidelidade. No final de Março, a companhia seguradora detinha 98,43% do capital da empresa.
Preço duplica valor de mercado sem liquidez
As alienações foram concretizadas a 4,80 euros. O valor encontra-se 4,4% abaixo do preço pago na oferta pública de aquisição pela Fidelidade (5,01 euros), em Outubro de 2014, mas é mais do dobro dos 2,30 euros que as acções da Luz Saúde valem em bolsa.
A Luz Saúde é, neste momento, uma cotada com uma liquidez muito reduzida na Bolsa de Lisboa tendo em conta a diminuta porção do seu capital que está dispersa por pequenos accionistas. Dada a reduzida liquidez, qualquer transacção causa sempre grandes flutuações.
Ainda esta terça-feira, o preço de 2,30 euros por acção reflecte uma queda de 16% da cotação devido à troca de apenas 10 títulos. Já no dia em que os administradores venderam as suas acções, 8 de Julho, nenhuma tinha trocado de mãos no mercado regulamentado.