Notícia
Administração da Estaleiros de Viana equacionou fechar empresa
O plano estudado pela administração admitiu outros dois cenários: "manter tudo como está" ou simplesmente fechar a empresa.
23 de Junho de 2011 às 14:19
O presidente demissionário dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo admitiu hoje que o encerramento total do maior construtor naval português foi equacionado nos últimos meses e que a reestruturação agora iniciada ainda apresenta "riscos".
"O encerramento é muito custoso, porque então não estamos a tratar de [despedir] 380 trabalhadores, mas estamos a falar de mandar toda a gente embora, pagar a fornecedores, aos bancos. Custaria muito dinheiro ao erário público", afirmou Carlos Veiga Anjos, em declarações aos jornalistas.
Esta semana, a administração anunciou um plano de reestruturação prevendo a saída de 380 trabalhadores da empresa, actualmente com 720 funcionários.
No entanto, o plano estudado pela administração, explicou hoje Veiga Anjos, admitiu outros dois cenários: "manter tudo como está" ou simplesmente fechar a empresa.
"Continuar como está era completamente catastrófico porque a empresa pode cessar pagamentos de um momento para o outro e acaba", afirmou ainda, lembrando que nos últimos seis meses o accionista Estado injectou 165 mil euros por dia na empresa.
Ainda assim o responsável garantiu que a solução adoptada - reduzir de 720 para 340 trabalhadores - é uma "réstia de esperança", mas que se trata de uma reestruturação que "apresenta riscos".
A favor da empresa, assinalava, está a "boa carteira de encomendas", como as construções para a Marinha portuguesa, no valor de 500 milhões de euros, e dois asfalteiros, por 150 milhões de euros, para a Venezuela.
"Com esta reestruturação nós podemos continuar a manter esta empresa viva, embora ainda com riscos, não podemos ignorar", garantiu.
A implementação "imediata" desta reestruturação pretende diminuir os custos fixos e adequar a produção à procura reduzida, contratando serviços externamente se as encomendas o justificarem.
Veiga Anjos disse que o actual ministro da Defesa, Aguiar Branco, não conhece o plano que começou a ser implementado na terça-feira, precisamente no dia em que o novo Governo tomou posse.
Carlos Veiga Anjos apresenta sexta-feira a demissão à Empordef e ao ministro da Defesa, mas manter-se-á em funções até à nomeação de um novo presidente do Conselho de Administração.
Na quarta-feira à tarde, no final de um plenário que reuniu 650 trabalhadores, Veiga Anjos diz ter sido alvo de insultos e tentativas de agressão por parte dos funcionários e admite que chegou a "temer pela própria segurança".
"Foi uma cobardia, juntarem-se assim em magotes. Fiquei dentro do carro, rodeado por pessoas a insultarem-me sem qualquer hipótese de defesa", recordou.
O Coordenador da União de Sindicatos, e quadro dos estaleiros, já afirmou tratar-se de uma "tentativa de vitimização" do presidente, que queria sair da empresa quando os trabalhadores tentavam chegar à administração.
Veiga Anjos dá como irreversível a saída: "Alimentava o sonho de terminar a minha carreira profissional deixando a maior empresa da minha cidade com condições para sobreviver neste mercado tão competitivo como é a construção naval. Não consegui, mas deixei as sementes", rematou.
"O encerramento é muito custoso, porque então não estamos a tratar de [despedir] 380 trabalhadores, mas estamos a falar de mandar toda a gente embora, pagar a fornecedores, aos bancos. Custaria muito dinheiro ao erário público", afirmou Carlos Veiga Anjos, em declarações aos jornalistas.
No entanto, o plano estudado pela administração, explicou hoje Veiga Anjos, admitiu outros dois cenários: "manter tudo como está" ou simplesmente fechar a empresa.
"Continuar como está era completamente catastrófico porque a empresa pode cessar pagamentos de um momento para o outro e acaba", afirmou ainda, lembrando que nos últimos seis meses o accionista Estado injectou 165 mil euros por dia na empresa.
Ainda assim o responsável garantiu que a solução adoptada - reduzir de 720 para 340 trabalhadores - é uma "réstia de esperança", mas que se trata de uma reestruturação que "apresenta riscos".
A favor da empresa, assinalava, está a "boa carteira de encomendas", como as construções para a Marinha portuguesa, no valor de 500 milhões de euros, e dois asfalteiros, por 150 milhões de euros, para a Venezuela.
"Com esta reestruturação nós podemos continuar a manter esta empresa viva, embora ainda com riscos, não podemos ignorar", garantiu.
A implementação "imediata" desta reestruturação pretende diminuir os custos fixos e adequar a produção à procura reduzida, contratando serviços externamente se as encomendas o justificarem.
Veiga Anjos disse que o actual ministro da Defesa, Aguiar Branco, não conhece o plano que começou a ser implementado na terça-feira, precisamente no dia em que o novo Governo tomou posse.
Carlos Veiga Anjos apresenta sexta-feira a demissão à Empordef e ao ministro da Defesa, mas manter-se-á em funções até à nomeação de um novo presidente do Conselho de Administração.
Na quarta-feira à tarde, no final de um plenário que reuniu 650 trabalhadores, Veiga Anjos diz ter sido alvo de insultos e tentativas de agressão por parte dos funcionários e admite que chegou a "temer pela própria segurança".
"Foi uma cobardia, juntarem-se assim em magotes. Fiquei dentro do carro, rodeado por pessoas a insultarem-me sem qualquer hipótese de defesa", recordou.
O Coordenador da União de Sindicatos, e quadro dos estaleiros, já afirmou tratar-se de uma "tentativa de vitimização" do presidente, que queria sair da empresa quando os trabalhadores tentavam chegar à administração.
Veiga Anjos dá como irreversível a saída: "Alimentava o sonho de terminar a minha carreira profissional deixando a maior empresa da minha cidade com condições para sobreviver neste mercado tão competitivo como é a construção naval. Não consegui, mas deixei as sementes", rematou.