Notícia
Primeiro-ministro francês recebe taxistas em protesto
Cerca de 1.500 taxistas cortaram esta manhã vários pontos de acesso a Paris contra o que dizem ser o silêncio das autoridades em relação ao sistemas de transporte individual que argumentam funcionar em "concorrência desleal".
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, recebe esta terça-feira, 26 de Janeiro, uma delegação de taxistas que se encontram em protesto em Paris e outras cidades do país contra o que dizem ser a concorrência desleal de sistemas de transporte individual como a Uber.
A reunião contará ainda com a presença do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve e o secretário de Estado dos Transportes, Alain Vidalies.
Desde o início da manhã, pelo menos milhar e meio de taxistas estão concentrados em zonas centrais de Paris barricando alguns dos principais acessos à capital francesa e em acções de protesto que já resultaram em confrontos físicos.
As manifestações foram convocadas por duas centrais sindicais contra a alegada concorrência ilegal de sistemas de transporte como o Uber, e ocorrem, sobretudo, junto dos aeroportos da cidade (Roissy e Orly) e da zona de Porte Maillot, um dos principais acessos à capital francesa – que foi reaberto depois de duas horas encerrado - , bem como em frente ao Ministério da Economia e das Finanças.
Os protestos estendem-se ainda a cidades como Toulouse, Maselha, Aix-en-Provence e Lille, em particular junto às estações de comboios.
Segundo o Le Monde, 19 manifestantes foram detidos pelas autoridades, tendo ainda sido detectadas 20 situações relacionadas com episódios de violência, porte ilegal de arma e fogo posto. Os meios de comunicação falam de um "ambiente exaltado" e as imagens mostram estradas cortadas com recurso a pneus em chamas.
Quem tem estado a ganhar com a paralisação são serviços mais recentes e concorrentes do táxi tradicional. Segundo o Le Figaro, a plataforma YoCAB, de moto táxis, registou um aumento de 150% a 200% de reservas esta manhã. Ainda assim, há notícia de vários destes veículos apedrejados durante os protestos.
Benjamin Cardoso, presidente da LeCab - uma empresa de aluguer de viatura com motorista com funcionamento semelhante à Uber - defendeu, entretanto, que o verdadeiro problema dos taxistas não são estes sistemas concorrentes, mas os 10 mil motoristas clandestinos que trabalham à noite em Paris.