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Sporting passa de lucros a prejuízos de 32,9 milhões na época de 2020/21
A impactar o resultado líquido negativo esteve a pandemia de covid-19. O volume de negócios caiu 43%.
A Sporting SAD registou perdas de 32,85 milhões de euros no seu ano fiscal de 2020/21 – terminado a 30 de junho –, contra lucros de 12,52 milhões de euros na época precedente.
No relatório & contas divulgado esta noite junto da CMVM, o Sporting justifica a evolução negativa das contas com "o impacto incontornável das consequências causadas pela pandemia covid-19, cujo efeito tem sido global, não sendo a Sporting SAD excepção".
A SAD leonina destaca a contração a nível mundial no mercado de transferências, com uma quebra de valor nas transacções de 2.828 milhões de euros (menos 43%) nas cinco principais ligas versus o último mercado de verão antes da pandemia). O valor total das transacções nos dois mercados de 2021 (3.822 milhões de euros) é mesmo inferior ao de 2015 (3.850 milhões de euros), sendo que o valor cresceu cerca de 73% entre 2015 e 2019, refere.
Além disso, salienta que registou uma quebra de receitas no valor de 71 milhões de euros (67%) em transações de jogadores, "embora seja ainda de destacar as transacções de Marcos Acuña por 11,25 milhões de euros e Marcus Wendel por 20,3 milhões de euros acrescido de variáveis".
A Sporting SAD reporta também a queda estimada de 20 milhões de euros nas receitas operacionais, excluindo transações de jogadores, resultante do fecho dos recintos desportivos, "com consequências diretas nas ausência de receita de bilhética, e quebras no merchadinsing na época".
Já o volume de negócios foi de 100,21 milhões de euros, um recuo de 43% face aos 175,47 milhões do exercício fiscal de 2019/2020. Neste domínio, a SAD do clube de Alvalade regressou assim a valores anteriores à época 2016/2017 – e isto após a melhor época de sempre (2019/2020).
"Este decréscimo é explicado por um lado pela redução da receita comercial, fruto da pandemia, mas por outro, pelo facto de na época homóloga ter sido batido o recorde de volume de negócios de 175 milhões de euros em muito impulsionado pela maior venda de sempre da Sporting SAD, o jogador Bruno Fernandes", explica.
A SAD dos leões refere que, "num ano ‘normal’, sem o efeito da pandemia, os resultados agora apresentados seriam significativamente melhores, não se verificando a forte contração no mercado de transferências e a quebra significativa dos resultados operacionais sem transações de jogadores resultante essencialmente da realização dos jogos da equipa principal à porta fechada".
"É visível que a grande variação do resultado líquido de 2020/2021 versus o período homólogo de 2019/2020 se deve-se ao impacto da covid-19, do qual resultou a queda em 95% dos resultados em transações de jogadores, aos quais se somou um impacto operacional negativo estimado em cerca de 16,4 milhões de euros (excluindo o efeito no mercado de transferências de jogadores)".
No comunicado das contas, a SAD sportinguista frisa que isto resulta, nomeadamente, da realização dos jogos da equipa profissional à porta fechada, não permitindo a venda das habituais Gamebox (lugares anuais), da bilheteira jogo a jogo, do corporate (camarotes e business seats) – e afectando drasticamente outras linhas de receita, como é o caso do merchandising, visitas e eventos, entre outras.
Apesar do contexto de contração, destaca que a 4 de Outubro de 2020 chegou a acordo com o FC Zenit para a venda dos direitos económicos e desportivos do jogador Marcus Wendel pelo montante de 20,3 milhões de euros, aos quais foram deduzidos o valor do mecanismo de solidariedade e de gastos associados à venda, nomeadamente as comissões de intermediação. "O valor global poderá aumentar no futuro até ao máximo de 4 milhões de euros, caso se concretizem os objectivos definidos no contrato e que estão relacionados com a performance desportiva do jogador e do clube", recorda.
Por outro lado, a 13 de Setembro de 2020, chegou a acordo com o Sevilla FC para a venda dos direitos económicos e desportivos do jogador Marcos Acuña por 10,5 milhões de euros, aos quais foram também deduzidos o valor do mecanismo de solidariedade e de gastos associados à venda, nomeadamente as comissões de intermediação. Neste caso, o valor global poderá aumentar até ao máximo de 2 milhões de euros "caso se concretizem os objectivos definidos no contrato e que estão relacionados com a performance desportiva do jogador e do clube". À data já foram concretizados 0,75 milhões de euros, elevando o valor realizado para os 11,25 milhões de euros.