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Para ter glória olímpica, é preciso talento e apoio bilionário

É preciso sangue, suor e muitos, muitos dólares para se conseguir ascender ao pódio.

As melhores imagens do quarto dia dos Jogos Olímpicos
17 de Fevereiro de 2018 às 19:00
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Há alguns anos, uma promissora atleta britânica chamada Jessica Ennis-Hill, que pratica heptatlo, estava sedenta por ter uma vantagem competitiva. Após ficar de fora dos Jogos Olímpicos de 2008 por lesão e encarar um afastamento forçado das competições, as suas perspectivas para Londres-2012 estavam a ser afectadas.

 

Foi então que apareceu Barrie Wells. Neto de um recordista mundial no salto à vara, que tinha constituído fortuna no ramo de seguros e estava à procura de formas de a distribuir. Vendo potencial na britânica, concordou em investir em novos equipamentos e pagar as despesas de viagem do fisioterapeuta da confiança da atleta. Ennis-Hill, que acabou por ser medalha de ouro em Londres, está entre os 18 atletas que o filantropo ajudou a financiar. "Disse-lhes que queria fazer parte de sua jornada", conta.

 

Os atletas estão no gelo e nas pistas de Pyeongchang e são grandes as possibilidades de que tenha sido preciso mais do que coragem e habilidade para lá chegar. Os custos elevados de treino têm levado os desportistas a procurar financiamento de todos os tipos de fontes. Trata-se de uma necessidade cada vez mais colmatada por indivíduos ricos que transformaram o apoio a atletas olímpicos numa espécie de passatempo de caridade - com potencial de render uma glória olímpica indirecta.

 

O bilionário investidor Tony Pritzker começou a financiar os melhores esquiadores através da Fundação de Esqui e Snowboard dos EUA há mais de uma década, depois de ter criado laços com alguns dos seus executivos. Ao organizar jantares em homenagem aos atletas na sua propriedade de esqui em Deer Valley, Utah, Pritzker conheceu alguns dos atletas e ficou fascinado com as histórias e origens diversas dos desportistas.

 

"Quase todos os atletas e as suas famílias fizeram grandes sacrifícios para competir ao mais alto nível", afirmou Pritzker. "Para mim, a dedicação deles é muito admirável e digna de apoio. Tenho sete filhos. Estes atletas são óptimos exemplos para eles."

 

Em Fevereiro, Pritzker organiza um encontro informal de algumas dezenas de amigos a que chama de "Homens de Gelo". Cada um entrega 10.000 dólares à fundação e passa o dia a esquiar com ex-atletas olímpicos como Picabo Street e Phil Mahre. Pritzker e a sua família também foram à Olimpíada de Inverno de 2010, em Vancouver, como convidados da associação, e tiveram a oportunidade de sentir a adrenalina na própria pele. Quando os atletas terminaram de competir, foram todos às pistas juntos.

 

"Foi muito bom poder subir de teleférico com eles", disse. "E também de fazer perguntas como: estava nervoso? Como chegou aqui? Cada uma das histórias é emocionante."

 

Os doadores ricos são particularmente importantes para competidores de desportos mais desconhecidos, que atraem poucos patrocinadores corporativos. Por exemplo, dressage - muitas vezes comparado a um balé a cavalo - conta com Ann Romney como patrona.

 

Jacqueline Mars, herdeira da fortuna dos doces Mars, é uma das maiores financiadoras do concurso completo de equitação, uma espécie de triatlo para cavalos que envolve dressage e alguns testes de saltos. O dinheiro do prémio é insignificante, mas os melhores cavalos podem custar mais de 50.000 dólares e a manutenção anual não custa menos.

 

"Saber que o meu envolvimento contribuiu para o sucesso de cavaleiros e cavalos é extremamente gratificante", afirmou Mars. "É muito emocionante quando o seu cavalo e o seu cavaleiro se saem bem."

(Texto original: For Olympic Glory, Athletes Need Talent and a Billionaire Backer)

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