A empresa norte-americana de artigos desportivos Nike decidiu suspender o contracto com Maria Sharapova depois de a tenista ter acusado meldonium (modulador metabólico proibido pela Agência Mundial de Anti-dopagem (AMA), desde 1 de Janeiro de 2016) num controlo anti-doping durante o Open da Austrália, escreve esta terça-feira, 8 de Março, o Financial Times.

Num comunicado, a Nike revelou estar "triste e surpreendida" pelas notícias. "Decidimos suspender a nossa relação com a Maria enquanto a investigação prossegue", diz a Nike.

Também a fabricante de relógios de luxo suíça Tag Heuer cortou relações com Sharapova. Uma porta-voz da marca revelou que "tínhamos estado em negociações para prolongar a nossa colaboração. Mas, face à situação actual, a marca decidiu não renovar o contrato com Sharapova". A marca de relógios suíços já colaborava com a tenista russa desde 2004 e o anterior contrato terminou a 31 de Dezembro.

Já a fabricante de automóveis de luxo Porsche disse que ia suspender o contrato de Sharapova como embaixadora da marca. "Lamentamos as recentes notícias sobre Maria Sharapova. Até serem revelados mais detalhes e podermos analisar a situação, decidimos suspender todas as actividades", disse a Porsche através de um comunicado citado pela Reuters.

Sharapova revelou na segunda-feira, 7 de Março, ter acusado meldonium num controlo anti-doping durante o Open da Austrália, realizado em Janeiro. A antiga número 1 do mundo justificou-se dizendo que tinha vindo a tomar a substância durante os últimos dez anos por razões de saúde e não se apercebeu de que o meldonium tinha entrado para a lista de substâncias proibidas.

Ainda assim, assume a responsabilidade: "Falhei o teste e assumo toda a responsabilidade", disse a tenista de 28 anos. "Sei que, com isto, tenho de enfrentar as consequências. Não quero acabar a carreira desta maneira. Espero ter outra oportunidade para jogar este jogo", acrescentou.

Maria Sharapova é considerada um dos maiores símbolos do desporto feminino, tendo ficado à frente do ranking da Forbes das atletas mais bem pagas nos últimos 11 anos.

De acordo com o Financial Times, a tenista russa recebia um total de 20 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de euros) anuais de marcas como a Nike, a Tag Heuer, a Porsche e a Evian.

Esta não é a primeira vez que a Nike suspende contratos com desportistas famosos. Recentemente, a marca de artigos desportivos cancelou o patrocínio à estrela do boxe Manny Pacquiao depois de o lutador ter descrito os homossexuais como sendo "piores do que os animais". Em Fevereiro de 2013 foi a vez de Oscar Pistorius, depois de ter sido acusado de ter assassinado a namorada. O mesmo havia sucedido com Tiger Woods, uns anos antes, devido ao escândalo das suas relações extraconjugais. E repetiu-se com Lance Armstrong, depois de o ciclista ter confessado o uso de substâncias dopantes.