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Nem Tiger Woods tornou o golfe rentável para a Nike

Phil Knight, um dos fundadores da Nike, ficou tão encantado com o jovem Tiger Woods que a empresa começou a recrutá-lo três anos antes de conseguir assinar um contrato de patrocínio com ele, na altura com 20 anos.

01 de Julho de 2017 às 14:00
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"Via-se [Tiger Woods] despontar muito cedo", disse Knight numa entrevista à Bloomberg Television. O jovem golfista jogava de vez em quando na região de Portland, nos EUA, perto da sede da Nike, "e nós convidávamo-lo sempre a ele e ao pai para almoçar". Foi o início de um relacionamento longo e, no fim das contas, não lucrativo.

 

Woods tornou-se o melhor golfista da sua geração e a Nike tentou beneficiar ao vender tacos e equipamentos. Mas nem mesmo a fama de Woods e a sua legião de fãs foram suficientes para que o golfe deixasse de dar prejuízo, disse Knight, que saiu da gestão da empresa no ano passado. A Nike abandonou a categoria há um ano, numa altura em que a atractividade de Woods estava em queda, bem como a popularidade do desporto.

 

"A equação é muito simples, perdemos dinheiro durante 20 anos em equipamentos e bolas", revelou Knight a David Rubenstein, apresentador do programa "The David Rubenstein Show: Peer-to-Peer Conversations". "Percebemos que o ano seguinte não seria diferente."

 

A incursão pelo golfe foi um fracasso eclipsado pelos muitos sucessos da Nike sob o comando de Knight, que foi presidente executivo até 2004 e permaneceu como presidente até ao ano passado. A empresa abriu o capital em 1980 e surgiu como a maior marca atlética do mundo. Actualmente, a companhia empenha-se em revigorar o crescimento sob o comando do CEO Mark Parker.

 

Air Jordan

 

Knight também deu crédito a Michael Jordan, que chegou antes de a Nike ter assinado acordos de patrocínio com diversos atletas superestrelas.

 

"Tínhamos muitos jogadores bons, mas não tínhamos jogadores realmente excelentes", disse Knight. "E achávamos que ele tinha a possibilidade de ser isso. Obviamente, ele era melhor do que podíamos imaginar."

 

A sorte também desempenhou um papel na ascensão da Nike: as vendas ganharam impulso depois de o responsável da NBA David Stern ter decretado que o modelo Air Jordan preto e vermelho infringia as regras da liga.

 

"David Stern fez-nos um grande favor. Proibiu o modelo na NBA", disse Knight. "Então fizemos um grande anúncio que dizia: ’Proibido na NBA’. E todo o mundo passou a querer os ténis."

 

A marca Jordan está a chegar a três mil milhões de dólares em vendas por ano e ainda domina o mercado de calçados de basquete, apesar de o jogador do Muro da Fama se ter retirado em 2003.

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