Marcada nos últimos anos por episódios de contestação, nem nos dias antes do arranque a organização no Brasil dos Jogos Olímpicos ganha apoio entre os cidadãos brasileiros. Pelo contrário: a pouco mais de duas semanas do início das provas, aumenta a percentagem dos que são contra o evento, elevando-se agora a metade.

Segundo a última sondagem realizada pelo instituto Datafolha para o jornal Folha de São Paulo, em três anos duplicou a percentagem de pessoas contra a realização dos jogos no Rio de Janeiro, passando de 25% para 50%. Em sentido contrário, os apoiantes passaram de 64% para 40%, com cerca de 10% a dizerem-se indiferentes.

O inquérito realizado no final da semana passada diz ainda que quase dois terços acreditam que o maior evento desportivo do mundo vai criar mais prejuízos do que benefícios, o que compara com 38% há três anos. Ainda assim, os residentes no Rio de Janeiro são mais optimistas: 47% contra 45% acreditam que o país vai ganhar ao ser palco dos jogos.

Em todos os itens avaliados (como segurança ou transportes), os inquiridos acreditam que as provas serão mais motivo para vergonha do que para orgulho dos brasileiros.

O Rio conquistou o direito a ser sede das Olímpiadas em 2009, era ainda presidente Lula da Silva, sendo a organização marcada por problemas financeiros, atrasos nas obras, episódios de corrupção e, mais tarde, já com o Governo de Dilma Rousseff, dificuldades nas contas públicas.

Recentemente, esses problemas levaram o governador do Rio a decretar o estado de calamidade pública para garantir a conclusão das obras cujo custo já ultrapassou 39 mil milhões de reais (5,27 mil milhões de euros à cotação actual).

Um valor acima do estimado por um estudo da Universidade de Oxford, que apontava para custos de 4,6 mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros). Ainda assim, ficarão mais baratos que os jogos realizados na última década, que custaram em média 8 mil milhões de euros. 

O início oficial dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro está marcado para 5 de Agosto.