Depois de no exercício de 2022/23, a sociedade anónima desportiva (SAD) do Benfica ter conseguido regressar aos lucros, no ano fiscal de 2023/24, terminado a 30 de junho, as águias voltam ao vermelho. De acordo com o relatório e contas enviado este domingo à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Benfica teve prejuízos de 31,36 milhões de euros.

O clube da Luz registou, assim, um decréscimo de 35,6 milhões de euros no resultado seu líquido face ao período homólogo. O Benfica diz que este resultado foi "influenciado pela redução dos rendimentos operacionais (excluindo transações de direitos de atletas) e pelo resultados com transações de direitos de atletas".

O mercado de transferências só arrancou a partir de julho deste ano, com o exercício já concluído, pelo que não contempla as operações que o Benfica concretizou na última janela. Nesta janela, o Benfica vendeu João Neves, Morato, David Neres e Marcos Leonardo, os quais permitiram um encaixe de 87 milhões de euros. Caso estas transferências fossem contabilizadas, a SAD benfiquista teria fechado o exercício com um resultado positivo.

As mais-valias agora obtidas terão assim expressão, tanto nas contas do primeiro semestre de 2024 como nos resultados anuais.

Os rendimentos operacionais, excluindo transações de direitos de atletas, atingiram os 179 milhões deeuros, registando uma redução de 8,6% face ao período homólogo. Esta evolução é explicada, diz a SAD das águias, "pelo decréscimo das receitas no segmento Media TV, em consequência da redução dos rendimentos provenientes de prémios distribuídos pela UEFA".

O resultado com transações de direitos de atletas ascendeu a 58,4 milhões de euros, refletindo um decréscimo de 8,3% em comparação com o período homólogo. "De referir que os resultados com transações de direitos de atletas foram muito influenciados pelo facto de não se ter efetuado nenhuma operação até ao final do exercício, em parte em consequência do Campeonato da Europa ter protelado milhares de euros a atividade no mercado de transferências. Caso as principais transações com direitos de atletas que decorreram no início da época 2024/25 tivessem sido realizadas no final do exercício de 2023/24, a Benfica SAD teria obtido resultado positivo neste período", destacam os encarnados.

O ativo supera os 565,2 milhões de euros, o que significa um aumento de 7,4 milhões de euros face ao final do período homólogo, correspondendo ao nono exercício consecutivo em que o valor do ativo cresce.

Já os gastos operacionais sem direitos de atletas equivalem a um montante de 207,3 milhões de euros, o que representa um crescimento de 0,5% face ao valor de 206,4 milhões de euros apresentado no período homólogo.