O investidor norte-americano George Soros poderá tornar-se accionista maioritário do grupo espanhol FCC, através de uma injecção de capital na sociedade-veículo B 1998, actualmente controlada pela empresária Esther Koplowitz.

O jornal espanhol "El Confidencial" escreve esta quinta-feira que Soros estará a negociar uma injecção de até 600 milhões de euros na "holding" que controla a FCC, o que permitiria a Esther Koplowitz pagar parte do endividamento de 1.100 milhões de euros ligado à compra de acções da FCC.

O mesmo jornal explica que Esther Koplowitz e os seus assessores não estarão dispostos a aceitar uma injecção de capital de Soros acima dos 400 milhões de euros, de forma a que a família Koplowitz mantenha o controlo da B 1998 e, por conseguinte, da construtora FCC.

Esther Koplowitz chegou a controlar quase 54% da FCC, mas em Dezembro último já reduziu a sua posição para pouco mais de 50%, ao vender 3,8% a George Soros, por cerca de 70 milhões de euros, de acordo com o "El Confidencial".

A mesma fonte refere que os empréstimos contraídos pela sociedade B 1998 para a tomada de controlo da FCC implicavam um pagamento de juros da ordem dos 70 milhões de euros por ano, verba que a "holding" de Koplowitz conseguia suportar graças aos dividendos da FCC. Mas entretanto a construtora espanhola (que em 2013 voltou a ter prejuízos) suspendeu o pagamento de dividendos aos accionistas.

A FCC é uma das empresas que apresentaram em Maio ofertas não vinculativas para a compra da EGF – Empresa Geral de Fomento, a sociedade de tratamento de resíduos do grupo Águas de Portugal. À semelhança dos outros seis grupos que manifestaram ao Estado o seu interesse, também a FCC foi convidada pelo Governo a apresentar, até Julho, uma proposta vinculativa para a compra da EGF.