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Concorrência já foi notificada da compra dos cartões do Wizink pelo Santander Totta
O Santander Totta já tinha revelado que ia passar a deter as operações de cartões de crédito e de débito do Wizink. A operação já foi notificada à Concorrência. Os terceiros interessados têm agora 10 dias para se pronunciarem.
O Santander Totta vai passar a ser dono de parte do negócio de cartões de crédito e de débito em Portugal que pertencia ao Wizink, tal como foi anunciado a 26 de Março. A notificação da operação já foi enviada à Autoridade da Concorrência, segundo um aviso publicado esta segunda-feira, 7 de Maio.
Após esta publicação, os interessados na operação passam a dispor de 10 dias úteis para remeterem observações à Autoridade da Concorrência.
O Wizink era detido em 51% pela Värde Partners e em 49% pelo Popular, que pertence ao espanhol Santander desde Junho do ano passado. Entretanto, houve um acordo, anunciado esta segunda-feira 26 de Março, que alterou a estrutura accionista.
O Popular vende a participação de 49% que detém no Wizink ao gestor americano de fundos de capital de risco. Só que parte da operação regressa ao grupo bancário, numa segunda parte do negócio anunciado.
"O Popular e o Santander Totta vão adquirir o negócio dos cartões de crédito e de débito comercializados pelo Popular em Espanha e Portugal, que o Wizink tinha comprado em 2014 e 2016 ao Popular", revelou o comunicado do Santander Totta de Março.
O antigo banco electrónico do Popular transformou-se em Wizink em 2016, cerca de dois anos depois de o grupo espanhol ter alienado 51% do seu capital ao fundo Värde. Na sua carteira tinha, por exemplo, a banca de consumo do Citibank em Espanha. No final de 2016, os activos do Wizink engordaram com a aquisição do Barclaycard tanto em Portugal como em Espanha. Com a resolução do Popular, o Santander ficou dono das participações anteriormente detidas pelo seu concorrente. Agora, a participação accionista é vendida na totalidade, mas parte do negócio é recuperado.
"Após a transação, o Wizink prossegue com a sua estratégia de especialização em produtos simples de crédito e de poupança, que representam cerca de 90% das receitas totais do banco. A entidade ficará a gerir mais de 3.000 milhões de euros em saldos de cartões de crédito em Espanha e Portugal, e mais de 3.000 milhões de euros em depósitos e contas de poupança. Com uma experiência de 30 anos e mais de dois milhões de clientes, o WiZink lidera o mercado de crédito revolving em Espanha e Portugal", assinalava o comunicado do Wizink.
O banco de crédito ao consumo mantém parte da operação, sendo que uma parcela de cartões de crédito e sobretudo a área de débito segue para o Santander.
"Com estas operações, o Grupo Santander retoma o negócio dos cartões de débito e de crédito do Banco Popular, o que permite melhorar a estratégia comercial e facilita o processo de integração do Popular", indica o comunicado. Em Espanha, é o Popular que faz a aquisição, em Portugal é o Santander Totta.
A transacção, que ainda aguarda autorizações regulatórias, deverá ficar concluída no segundo semestre deste ano. Em termos de capital do Santander, o impacto deverá ser positivo, com um impulso de 10 pontos base no principal rácio de capital, o Common Equity Tier 1.
Os comunicados não revelaram valores.