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Nutella pode causar cancro. Ferrero diz que é segura
No centro da discórdia está o óleo de palma, que a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar classificou como potencialmente cancerígeno. A marca respondeu com uma campanha publicitária. As vendas estão a subir.
A Nutella utiliza um ingrediente potencialmente cancerígeno, o óleo de palma ou azeite de dendê. Contudo, a gigante italiana Ferrero – que fabrica esta pasta de chocolate e avelã – está a assegurar aos seus clientes que o produto é seguro.
Em Maio passado, a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar considerou que o óleo de palma pode contribuir para o aparecimento de cancro e está agora a investigar para chegar a novas conclusões.
Também a Organização Mundial de Saúde e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação já tinha avisado para este perigo, colocando sob pressão a indústria do óleo de palma avaliada em 41 mil milhões de euros.
Depois de ter visto as vendas cair 3% no ano fiscal terminado em Agosto, a Ferrero lançou uma campanha televisiva em Itália, numa tentativa de diminuir assim a concorrência de outras marcas que divulgam produtos com o carimbo "sem óleo de palma". Os primeiros frutos estão a ser recolhidos: nos últimos quatro meses de 2016, as vendas de Nutella subiram 4%.
O produto é uma das imagens de marca de Itália e representa um quinto das vendas da Ferrero, o equivalente a dois mil milhões de euros. A fabricante explica que recorre a um processo industrial que não recorre a altas temperaturas para retirar a cor avermelhada do óleo de palma, o que reduz assim os riscos de contaminantes.
Segundo a Reuters, a Ferrero utiliza 185 mil toneladas de óleo de palma por ano. Cada tonelada custa cerca de 750 euros, abaixo dos 800 euros do preço do óleo de girassol. Contas feitas, seriam mais oito a 22 milhões de euros anuais com esta solução. Contudo, a dona da Nutella diz que o óleo de girassol iria mudar o sabor da pasta de chocolate.