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Número de empresas do setor do comércio caiu 13,6% numa década
Desde 2010, o número de empresas do setor do comércio caiu mais de dois dígitos. Ainda assim, houve "aumentos assinaláveis" no volume de negócios e no valor acrescentado bruto. Atividade de comércio automóvel teve maior acréscimo no último ano.
O número de empresas do setor do comércio caiu mais de 10% na última década, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quinta-feira. Porém, apesar dessa diminuição, houve "aumentos assinaláveis" no volume de negócios e no valor acrescentado bruto (VAB), ou seja, no resultado final da atividade produtiva deste setor.
Os dados do INE revelam que, no ano passado, o setor do comércio contava com 217,4 mil empresas – valor era próximo do registado no ano anterior (217,2 mil) –, representando 14,4% do total de empresas não financeiras existentes em Portugal. Este setor era constituído "maioritariamente por empresas individuais, nas quais se incluem empresários em nome individual e trabalhadores independentes".
Mas, desde 2010, o número de empresas caiu 13,6%. Ainda assim, o volume de negócios do setor aumentou 47,7% e o VAB aumentou 55,4% desde então. Além disso, a margem comercial por empresa, ou seja, a diferença entre o preço de venda efetivo ao consumidor e o preço que teria de ser pago pelo distribuidor, cresceu 72,5%. Já o pessoal ao serviço subiu também, embora de forma menos significativa, 3,6%.
Este ano, o volume de negócios do setor foi de 194,8 mil milhões de euros, o que corresponde a mais 4,6% face ao ano passado. Já o VAB fixou-se em 26,5 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento homólogo de 8,6%, e a margem comercial global das empresas de comércio foi de 35,3 mil milhões de euros, resultando numa margem comercial de 162 mil euros, mais 5,9% face ao ano passado.
No que toca ao emprego, este setor empregava 842,4 mil trabalhadores, mais 2% face a 2022. Mas a proporção de pessoal ao serviço diminuiu 0,6 pontos percentuais face a 2022, fixando-se em 17,8%.
A atividade de comércio automóvel teve um acréscimo de 17,7% no volume de negócios, um valor acima do registado no comércio por grosso (0,5%) e no comércio a retalho (6,1%). Já a margem comercial por empresa subiu 10,3% no comércio automóvel, também acima do que o observado no comércio a retalho (8,8%) e no comércio por grosso (2%). Já o pessoal ao serviço aumentou mais no comércio automóvel (3,3%).