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Jerónimo Martins sobe salários na Polónia e cai mais de 1% em bolsa
A decisão de aumentar os salários entregues pela Biedronka, cadeia através da qual a dona do Pingo Doce está presente na Polónia, está a ser acompanhada de uma quebra da empresa nos mercados acionistas.
A Jerónimo Martins vai aumentar os salários dos colaboradores que tem na Polónia a trabalhar para a cadeia Biedronka, informou a empresa através do seu site. Na bolsa, o balanço é negativo.
Os salários dos trabalhadores da retalhista portuguesa em território polaco vão aumentar em 2020. Os aumentos para os colaboradores nas lojas podem ir até aos 350 zlótis em termos brutos, (82 euros brutos por mês), e começam nos 100 zlóti. Já aqueles que trabalham para a rede de distribuição vão ter aumentos entre os 150 e os 500 zlótis, também brutos.
A somar às alterações nos salários, os bónus na Biedronka vão poder ascender aos 270 zlótis por trabalhador, quando antes o teto era de 200 zlóti.
Estas mudanças vão abranger um total de 57.000 trabalhadores.
A retalhista segue a perder 1,19% para os 14,535 euros, contando a terceira queda consecutiva nos mercados acionistas.
A Polónia é o território mais relevante no negócio da Jerónimo Martins, uma vez que é neste país de leste que o grupo português obtém a maior parte das suas receitas.
As subidas salariais na Polónia são anunciadas apenas um dia após o sindicato dos trabalhadores do comércio ter entregue o caderno reivindicativo ao Pingo Doce/Jerónimo Martins, que inclui a exigência de um aumento salarial de 90 euros, e modo a que o salário mais baixo na empresa possa atingir os 850 euros. Este coletivo lamentou que a empresa se recuse a negociar com a estrutura, de acordo com o noticiado pela agência Lusa.
Entre as exigências dos trabalhadores está também o aumento do subsídio de alimentação para seis euros, a reclassificação dos trabalhadores a exercer funções de categoria superior à sua, o pagamento do subsídio de domingo aos trabalhadores em regime parcial, a redução imediata para 39 horas semanais de trabalho e o encerramento aos domingos e feriados.
Num levantamento feito em abril pelo Jornal de Notícias a partir dos relatórios e contas das empresas, a Jerónimo Martins evidenciou-se como a mais desigual, com o gestor Pedro Soares dos Santos a receber mais de 1,9 milhões de euros, uma remuneração cerca de 140 vezes superior à dos seus trabalhadores.