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Dona da Conforama continua a afundar em bolsa

Em apenas duas sessões a Steinhoff já perdeu quase três quartos do seu valor, devido às alegadas irregularidades contabilísticas que cometeu.

Reuters

A forte queda das acções da Steinhoff International prossegue esta quinta-feira nas bolsas de Joanesburgo e Frankfurt, com a cotada que controla a Conforama a ser castigada pelas acusações de irregularidades contabilísticas.

 

As acções estão a descer 29,59% para 1.240 rand sul-africano na bolsa de Joanesburgo, depois de ontem, 6 de Dezembro, terem recuado 61,42%. Na bolsa de Frankfurt, onde também são negociadas as acções da retalhista, a tendência é a mesma, com os títulos a descerem 29,05% para 0,784 euros, depois de ontem terem afundado 63,13%.

 

No espaço de duas sessões, a Conforama acumula uma queda de 73%, o que reduziu a capitalização bolsista da companhia criada na África do Sul para 52 mil milhões de rand sul-africano (3,25 mil milhões de euros). Desde o início do ano os títulos afundam 83%.

 

Este desempenho das acções surge depois de antes da abertura da sessão de quarta-feira a Steinhoff ter revelado que estava a ser alvo de uma investigação criminal e fiscal na Alemanha, estando em causa alegadas irregularidades contabilísticas cometidas desde 2015.

 

Em resultado desta investigação o CEO Markus Jooste apresentou a demissão, que foi aceite pela administração da companhia que emprega 130 mil pessoas em todo o mundo e está presente também em Portugal com a marca Conforama. A apresentação de resultados foi adiada indefinidamente.

 

"O conselho de supervisão da Steinhoff informa os seus accionistas que teve acesso a nova informação que se relaciona com irregularidades contabilísticas que exigem investigação adicional". A frase consta de um comunicado divulgado esta quarta-feira, onde não são dados mais pormenores sobre a operação.

 

Christo Wiese, "chairman" e maior accionista da Steinhoff, assumiu a gestão da companhia e tentou descansar os accionistas ao revelar que identificou medidas que podem dar uma liquidez adicional de 2 mil milhões de euros. O administrador financeiro permaneceu no cargo.

 

As suspeitas sobre as contas da empresa iniciaram no mês passado, quando a Reuters noticiou que a Steinhoff tinha escondido dos investidores transacções com uma empresa relacionada no valor de quase mil milhões de dólares.

 

A factura fiscal também tem levantando suspeitas, com os analistas a questionarem como a empresa consegue apresentar uma taxa de imposto de 12% (média nos últimos cinco anos), que é inferior a metade da taxa que os seus concorrentes suportam nos principais mercados onde está presente.

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