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Fecho d' A Deusa relança alerta sobre Lojas com História. Mais de metade já encerraram

União de Associações do Comércio e Serviços (UACS) estima que mais de 150 estabelecimentos pré-selecionados como "Lojas com História" tenham encerrado e pede medidas.

17 de Fevereiro de 2022 às 18:30
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O encerramento da Sapataria A Deusa, na Baixa de Lisboa, na sequência de uma ordem de despejo executada esta quarta-feira, veio relançar o alerta relativamente à sobrevivência das "Lojas com História". A União de Associações do Comércio e Serviços (UACS) estima que "já tenham fechado portas mais de metade das 300 inicialmente pré-selecionadas pela autarquia" de Lisboa para esse programa.

Em comunicado, a UACS dá os exemplos da Casa Frazão, Camisaria Pitta, Casa dos Carimbos, Casa Maciel, Alfaiataria Nunes Corrêa, Alfaiataria Picaddily, Livraria Portugal, Casa dos Panos, Drogaria S. Pereira Leão, Mercearia Casa Alves e Casa Pereira.

Neste sentido, "a direção da UACS defende que devem ser discutidos, de forma mais célere, os processos de candidatura apresentados, de molde a conceder efetiva proteção aos estabelecimentos emblemáticos da cidade que mereçam ser distinguidos como 'Lojas com História'", diz a organização, numa nota enviada, esta quinta-feira, às redações, após ter tomado conhecimento da ordem de despejo da Sapataria Deusa, à qual garante prestar "o maior apoio".

"A UACS encontra-se acompanhar atentamente e com crescente preocupação o impacto da pandemia na atividade empresarial, em particular no que respeita ao comércio da cidade de Lisboa e com "especial enfoque" para a ordem de despejo" em causa.

Segundo a organização, "a 11 de fevereiro, através do município de Lisboa, o atual proprietário (sócio e gerente da sociedade) reportou a informação de que o arrendatário teria perdido o recurso para a renovação do seu contrato, protegido pela programa 'Lojas com História' da Câmara Municipal de Lisboa". Não obstante a tentativa para reverter a situação, o despejo acabou por ser efetivado, dia 16, por parte do proprietário "que levou ao local o seu advogado e o agente de execução acompanhados da polícia, depois de ter alterado a fechadura do local", diz a UACS, que representa aproximadamente 3.500 empresas do comércio, excluindo retalho alimentar.

"Apesar de a Sapataria A Deusa (sociedade João Joaquim Neves, Lda) ser Loja com História desde 17 de outubro de 2019, e de ter feito todos os os esforços legais possíveis, deparou-se com a decisão executada, encontrando-se a desenvolver uma providência cautelar e com recurso extraordinário", adianta a UACS.

Segundo o Jornal de Notícias, o proprietário do imóvel, a Rossio Place, pretende usar o número 9 da Rua 1.º de Dezembro, onde estava localizada a icónica sapataria fundada há 70 anos, para erguer um hotel de luxo, tendo o projeto dado entrada na câmara municipal, estando atualmente "em apreciação".

Para o espaço do rés-do-chão, onde fica o estabelecimento, e outras seis lojas do prédio que a empresa comprou (incluindo quatro entretanto encerradas), avança o JN, está previsto um restaurante e para os andares superiores 35 quartos de um hotel de cinco estrelas.














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