Vítor Bento não vê problema na entrada de capital estrangeiro no país. Em entrevista ao Negócios e Antena 1, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) afirma que "há escassez de capital em Portugal e obviamente isso constitui um ponto de vulnerabilidade não apenas do setor, mas da economia. Significa que o país como um todo tem de poupar mais, acumular mais capital".

Questionado sobre a situação atual da banca em Portugal (e em particular sobre o momento vivido no Novo Banco, que procura comprador, e no BCP, que teve uma alteração importante na estrutura acionista, com a diminuição da posição da Fosun), Vítor Bento - que prefere não comentar instituições específicas - admite não saber se é de esperar que o capital estrangeiro venha a ter uma posição cada vez mais revelante no sistema financeiro nacional, mas assegura, num comentário mais genérico sobre a economia, que "não há nenhuma hostilidade ao capital estrangeiro, pelo contrário. Não há problema em haver capital estrangeiro".

Já sobre a chamada "espanholização" da banca, afirma que "tudo na vida tem de ser feito de equilíbrio. A diferença entre um veneno e um remédio é a quantidade. A mesma substância tanto pode matar como pode dar vida. Depende da quantidade e, como em tudo, depende de qual é o equilíbrio, se é um equilíbrio razoável ou irrazoável", diz.

O presidente da APB diz não saber se uma consolidação na banca seria positiva. "Não faço ideia. São decisões que os bancos terão de avaliar. Enquanto presidente da Associação Portuguesa de Bancos, não posso pronunciar-me sobre a vida interna dos associados", explica.