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Uma década após a queda do Lehman, investidores continuam a evitar acções de bancos

Dizem que o tempo cura todos os males. Mas os dez anos que passaram desde o colapso do Lehman Brothers não foram suficientes para que os investidores voltem a acreditar nos bancos.

16 de Setembro de 2018 às 13:00
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Esta semana faz anos da falência do Lehman Brothers, um acontecimento que muitos consideram ter sido um catalisador da crise financeira global, mas os dados sobre os preços das acções e o posicionamento dos fundos sugerem que a aversão ao sector bancário não desapareceu.

 

As acções financeiras, que estão 8% abaixo do pico de 2007, são o único grande grupo do índice S&P 500 que ainda não recuperou completamente do "bear market". Os gestores de recursos rejeitam o sector. Os bancos foram o sector mais evitado pelos "hedge funds" no fim de Junho, e os fundos de investimentos diminuíram os seus activos para o valor mais baixo dos últimos cinco anos, mostraram os dados compilados pelo Goldman Sachs.

 

"Quantas pessoas torcem pelo Bank of America e quantas torcem pela Netflix?", questionou Jerry Braakman, director de investimentos da First American Trust em Santa Ana, na Califórnia. "Provavelmente, esta foi uma década perdida para os bancos no que respeita à confiança."

 

A importância dos bancos diminuiu no mercado num momento de alta do S&P 500, que chegou a negociar 80% acima do seu pico registado em 2007. O sector financeiro, que antigamente era o maior e representava mais de um quinto do mercado, está hoje muito atrás da tecnologia. A crise dos imóveis em 2016 certamente doeu, mas só explica uma parte da diferença actual de 12 pontos percentuais em relação à tecnologia.

 

As culpadas pelo desempenho decepcionante são as regulamentações e a mais fraca recuperação económica de uma recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Os requisitos de abandonar negócios arriscados e possuir mais activos líquidos podem ter equipado melhor os bancos para aguentar abalos financeiros, mas os lucros sofreram. Ao mesmo tempo, o crescimento dos empréstimos foi inexpressivo e os juros permanecem perto de níveis recorde, o que deu argumentos aos pessimistas para se afastarem.

 

"Não imaginávamos que a situação seria tão má como foi", afirmou Phil Orlando, estratega-chefe de mercados accionistas da Federated Investors. "Não achávamos que a reserva Federal demoraria tanto tempo para normalizar a política. É provável que as taxas de juros excepcionalmente baixas que foram orquestradas pela Fed tenham inibido a capacidade de geração de lucros das empresas financeiras."

 

No início do terceiro trimestre, "hedge funds" monitorados pelo Goldman Sachs tinham 10% de seus activos em acções financeiras, 4,5 pontos percentuais abaixo da representação do grupo num índice de referência.

 

Após preferirem os bancos em 2017 durante um confronto com "hedge funds", os gerentes de fundos de investimentos agora estão a entrar no páreo para abandoná-los. A ponderação média do sector nas carteiras em relação ao mercado caiu 1,1 ponto percentual no segundo trimestre, o maior declínio entre 11 sectores.

 

(Texto original: A Decade After Lehman Collapse, Investors Still Shun Bank Stocks)

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