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Teixeira dos Santos recusa convite para liderar Montepio
"Após uma prolongada reflexão, achei por bem não aceitar o referido convite", revela Teixeira dos Santos numa nota enviada às redacções, anunciando assim que não aceitou o convite de Tomás Correia para assumir a liderança do Montepio.
Teixeira dos Santos recusou o convite para liderar o Montepio, de acordo com uma nota enviada às redacções.
Teixeira dos Santos revela que foi contactado, pela primeira vez, por Tomás Correia, em Novembro de 2014, altura em que o actual presidente do Montepio lhe revelou que a instituição "teria que, dentro de alguns meses, proceder a alterações no seu modelo de governação", e, como tal, questionou o ex-ministro das Finanças sobre a sua disponibilidade "para integrar a solução que viesse a ser delineada para a Caixa Económica."
"Em Março deste ano, renovou aquele convite uma vez que a Caixa Económica iria proceder a uma alteração dos seus estatutos que implicaria, neste Verão, uma mudança nos seus órgãos de governação", adianta Teixeira dos Santos na mesma nota.
"Após uma prolongada reflexão, achei por bem não aceitar o referido convite", adianta o responsável, acrescentando que esta decisão "foi já transmitida ao Montepio."
Contudo, Teixeira dos Santos não foi o único abordado pelo Montepio. Tomás Correia revelou, em entrevista ao Diário Económico no final de Março, que "outros", além de Teixeira dos Santos tinham sido abordados.
E especificou, a 22 de Abril, que havia, além de Teixeira dos Santos, mais três nomes. "[Há] quatro nomes", admitiu Tomás Correia no programa Negócios da Semana, da SIC Notícias. Um deles é Teixeira dos Santos. O presidente do Montepio não quis dizer quem mais. Porque se sabe o nome de um e não de outros? A divulgação do nome pode ter tido, para o banqueiro, dois motivos: "Foi com o intuito de condicionar quem tem de decidir; ou de queimar. Qualquer das situações não é agradável", afirmou então.
O comunicado de Teixeira dos Santos surge no dia em que deverá ficar concluída a assembleia-geral da caixa económica que vai decidir um afastamento da presidência da associação mutualista. E que dá três meses até à entrada em funções da nova gestão.
A nova equipa de gestão da caixa económica terá de ser totalmente independente dos órgãos de gestão da associação mutualista que a controla, ao contrário do que acontece actualmente, em que o presidente acumula a liderança das duas instituições designadas de Montepio. Além disso, de acordo com a proposta a ser submetida à votação, a administração passa a poder ter um máximo de sete elementos, mais dois membros do que o número previsto actualmente.
"O Montepio não vai tecer quaisquer comentários em relação à resposta do Dr. Teixeira dos Santos", comenta o gabinete de comunicação da caixa económica, em reacção a um contacto Negócios. Questionado sobre outros nomes, a instituição também não adianta informações: "Neste momento não iremos também comentar quaisquer outros nomes para a liderança do Montepio".
(Notícia actualizada, pela segunda vez, às 16h14 com mais informação; actualizada às 19h04 com recusa do Montepio em comentar)