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Santander exclui fazer uma grande aquisição

O banco espanhol Santander, que manifestou interesse na compra do Novo Banco e concluiu ontem um aumento de capital de 7,5 mil milhões de euros, garante que este montante não será utilizado para a realização de uma grande aquisição.

09 de Janeiro de 2015 às 15:16
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O banco espanhol Santander assegura que a verba de 7,5 mil milhões de euros que pretende encaixar com a concretização de um aumento de capital não será utilizada para a realização de uma grande aquisição. 

 

A agência Bloomberg escreve esta sexta-feira que a presidente do Santander, Ana Botín, exclui qualquer plano para a concretização de uma compra significativa, assegurando ver "uma grande oportunidade interna" de crescimento. Ou seja, Botín assegura que o Santander preferirá apostar no crescimento do próprio banco a partir das instituições nos mercados em que já está presente, em detrimento da compra de outras instituições financeiras.

 

O objectivo "é aproveitar as oportunidades de crescimento orgânico nos principais mercados em que operamos, dada a melhoria das perspectivas económicas", afirmou Ana Botín, citada pelo Expansión, que reforça ainda a ideia de que "o nosso objectivo é ganhar quota de mercado agora que o ciclo [económico] está a mudar".

 

Estas mesmas ideias estavam já presentes no prospecto do aumento de capital enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que nota que economias como a espanhola e a portuguesa estão a sair da crise, enquanto as do Reino Unido e Estados Unidos estão já em recuperação.

 

A declaração de Botín vai assim ao encontro do que fora, esta quinta-feira, afirmado pelo administrador-delegado do banco, Jose Antonio Alvarez. Numa conferência com analistas, citada pelo El Confidencial, o número dois do Santander reiterou que na perspectiva do banco não está a realização de nenhuma grande compra, mesmo após a realização do aumento de capital. "Não vai acontecer nem a curto, nem a médio prazo", atirou Alvarez. Recorde-se que o Santander formalizou o interesse na aquisição do Novo Banco no passado mês de Dezembro.

 

O El Confidencial escrevia esta quinta-feira que apesar de colocada de parte a realização de uma aquisição significativa, não estava posto de lado aproveitar uma oportunidade, que teria de ser por valores pequenos.

 

Contudo, tal poderá não aplicar-se ao Novo Banco se for tido em conta o valor de referência de 4,9 mil milhões de euros utilizados pelo Fundo de Resolução para resgatar o banco que ficou com os activos saudáveis do BES. Porque apesar de a compra do Novo Banco se poder realizar por um valor inferior, o que implicaria perdas para os restantes bancos portugueses, a gestão liderada por Eduardo Stock da Cunha quererá minimizar ao máximo eventuais perdas.

 

Um analista citado pelo El Confidencial explica que "uma aquisição deste tamanho fica descartada porque, se depois de arrecadar 7,5 mil milhões de euros, gastas 5 mil milhões numa compra, ficas pouco melhor do que estavas". "Não faria sentido", concretizou o analista.

 

Os títulos do banco seguem esta manhã a cair acima dos 10%, depois de a negociação dos títulos ter estado suspensa na quinta-feira, a partir das 12h30, numa altura em que já circulava a informação de que o Santander iria realizar um aumento de capital. Esta sexta-feira as acções do banco já estiveram a recuar um máximo de 11,76% estando agora a ceder 11,25% para 6,085 euros. O Santander informou entretanto que os lucros em 2014 cresceram mais de 30% para os 5,8 mil milhões de euros.

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