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Perguntas e respostas sobre os prejuízos da banca
Caixa Geral de Depósitos e Banco Comercial Português tiveram prejuízos em 2012, que ascenderam a 394,7 e a 1.219 milhões de euros, respectivamente. Perdas que não põem em causa a segurança dos depósitos dos seus clientes. Saiba porquê.
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08 de Fevereiro de 2013 às 21:33
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Quais as razões para os dois maiores bancos portugueses terem prejuízos?
CGD e BCP, sendo os dois maiores bancos portugueses, são também os mais expostos à economia portuguesa que está em recessão. Por causa da crise económica, há centenas de clientes, particulares e empresas, que deixaram de pagar os seus créditos. O incumprimento dos clientes obriga a Caixa e o BCP a registarem estas perdas, conhecidas por imparidades. As imparidades para crédito malparado aumentaram 22% na CGD, para cerca de mil milhões de euros no ano passado. Já no BCP, as perdas relacionadas com o malparado ascenderam a quase 1,7 mil milhões de euros, um aumento de 26,4% face a 2011. Este valor inclui 700 milhões de euros de perdas relacionadas com crédito concedido pelo banco que o BCP tem na Grécia, país cuja situação económica é ainda mais grave do que a portuguesa.
As perdas da CGD e do BCP põem em risco os depósitos dos clientes?
Não. Os depósitos dos clientes não estão em risco, antes de mais, porque os prejuízos anuais não afectam a solidez destas instituições. O nível de solvabilidade, que reflecte a capacidade de absorver choques, está em níveis historicamente elevado nas duas instituições: é de 11,6% na Caixa e de 12,4% no BCP.
Estava previsto que CGD e BCP tivessem prejuízos?
Sim. Os planos de capital e liquidez que os dois bancos têm submetido com regularidade trimestral ao Banco de Portugal e à própria troika já previam que CGD e BCP tivessem prejuízos em 2011 e 2012. Aliás, é provável que este ano os dois bancos voltem a registar perdas que, previsivelmente, serão significativamente mais baixos do que os verificados no ano passado.
As perdas da CGD e do BCP impedem estes bancos de devolverem o apoio que receberam do Estado?
Não. Os planos de liquidez e capital aprovados pelo Banco de Portugal prevêem que estes bancos comecem a reembolsar o dinheiro que receberam do Estado a partir de 2014, ano em que esperam voltar a ter lucros. Além disso, mesmo com prejuízos em 2012 e 2013, ambas as instituições estão a pagar ao Estado juros pelo apoio estatal.
