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Obrigacionistas: Esclareça as suas dúvidas sobre o BES

O BES já revelou os números do primeiro semestre e já admitiu a necessidade de aumentar capital. Conheça os efeitos da situação do banco para os obrigacionistas.

Negócios 31 de Julho de 2014 às 16:19
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Entre os títulos de dívida emitida pelo banco há diferentes categorias, pelo que os impactos resultantes do plano de recapitalização do banco poderão ser distintos. Quem tem na sua posse obrigações garantidas pelo Estado beneficia da segurança associada ao soberano. Há também dívida sénior que, como o próprio nome indica, é aquela que menos risco tem associado. Ou seja, na eventualidade da liquidação de uma empresa serão os primeiros a serem ressarcidos. Este cenário não está em cima da mesa no caso do BES porque a legislação europeia não prevê neste momento a imposição de perdas a credores preferenciais (dívida sénior).

 

Ainda assim, no que respeita à dívida sénior, há analistas que temem que no BES, dada a dimensão das perdas reconhecidas pelo banco, estes credores possam sofrer algum tipo de perdas. John Raymond e Puja Poojara, da CreditSights, dizem que "persistem receios em torno de uma possível partilha de perdas entre os detentores de dívida subordinada e até mesmo de dívida sénior". Contudo, no mercado, a perspectiva é diferente: a dívida que atinge maturidade em 2019 está a negociar a 92% do valor nominal, ou seja, aquele a que o banco se compromete a reembolsar no final do prazo.

 

Quem tem dívida subordinada corre riscos de perder o investimento feito no BES, como aconteceu por exemplo na capitalização recente de bancos na Eslovénia. Caso seja necessária a entrada do Estado no capital do banco, depois dos accionistas, os detentores de dívida subordinada deverão perder a totalidade dos seus investimentos antes do primeiro euro de dinheiro público. Isso mesmo tem sido sublinhado pelos responsáveis políticos europeus. Mas mesmo que não seja necessário o Estado, o plano de capitalização pode prever uma conversão desta dívida em acções, o que poderá implicar um corte no valor do activo. O receio de que tal aconteça está a levar a que no mercado estes títulos (nomeadamente os que têm maturidade em 2023) estejam a transaccionar a 58% do valor nominal.

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