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Novo Banco: BE defende controlo público por ser estratégico e já estar pago

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu, na quinta-feira à noite, o controlo público do Novo Banco, por considerar que é "estratégico para a economia portuguesa" e já estar pago pelo Estado.

Catarina Martins: Levou o Bloco de Esquerda ao seu melhor resultado de sempre e foi decisiva para António Costa ter conseguido acordos à esquerda.
Lusa 26 de Fevereiro de 2016 às 01:37

"É um banco estratégico para a economia portuguesa e o Estado deve assumir o seu controlo, porque já o pagou", afirmou à agência Lusa Catarina Martins, no final de uma sessão pública do BE sobre o Orçamento do Estado para 2016, que decorreu em Évora.

 

A líder bloquista referiu o Novo Banco "tem quatro mil milhões de euros que dívida pública", que não se consegue reaver, e "uma grande quota de mercado de PME (pequenas e médias empresas), que é onde há a maior parte do emprego em Portugal". "As pessoas ouvem dizer 'nacionalizar o banco' e podem pensar que é preciso comprar o banco. Não é preciso comprar, nós já lá pusemos dinheiro público e ele já foi pago", disse, defendendo "o controlo público e uma estratégia pública" para o Novo Banco.

 

Catarina Martins assinalou que "estava planeada a venda do banco" e que a mais recente "data limite era agosto de 2016", mas observou que "o Governo já garantiu que não o fará tão cedo". "Essas garantias são ainda poucas, nós continuamos a defender que o Novo Banco não deve ser vendido, porque senão vamos acabar por dar os quatro mil milhões de euros que já lá pusemos ao Santander ou a outro equivalente", alertou.

 

O ministro-adjunto do primeiro-ministro, Eduardo Cabrita, reafirmou, na quinta-feira, a intenção do Governo em vender o Novo Banco quando a instituição estiver "estabilizada".

 

Na terça-feira, o vice-presidente da bancada parlamentar socialista João Galamba frisou também a intenção de vender o Novo Banco a privados, mas disse ainda que a manutenção da instituição sob controlo público é um último recurso, caso não existam compradores e ofertas válidas.

 

Na véspera, o PCP tinha apresentado um projecto de resolução para promover o controlo público do "banco bom" originado pela resolução do antigo BES e o investimento por parte do Estado de cerca de 4,9 mil milhões de euros para recapitalizar o fundo de resolução bancária.

 

Também sobre o tema, o primeiro-ministro e líder socialista, António Costa, disse que "a pressa é má conselheira" e há que "dar tempo para se encontrar uma boa solução" para o Novo Banco.

 

Na segunda-feira, o economista, conselheiro de Estado de Cavaco Silva e ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, admitiu que a nacionalização daquela instituição bancária poderá ser "uma saída possível", considerando que "a venda não será já muito favorável".

 

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