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Novo Banco: Governo aguarda decisão final de Bruxelas "em breve"

O Governo espera que a Comissão Europeia "adopte a sua posição final" relativamente ao plano de reestruturação do Novo Banco "em breve", tendo Bruxelas também apontado uma decisão sobre esta matéria proximamente.

Bruno Simão
02 de Outubro de 2017 às 22:07
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O porta-voz da Comissão Europeia para os assuntos da concorrência, Ricardo Cardoso, disse hoje à Lusa que a comissária europeia da Concorrência, Margrethe Vestager, está em "contacto estreito e construtivo" com o Governo português sobre a reestruturação do Novo Banco e espera que Bruxelas tome "uma decisão final em breve".

 

Numa nota também enviada à Lusa, o gabinete de Mário Centeno confirma que "o Governo e a Comissão Europeia têm mantido contactos permanentes e construtivos sobre o plano de reestruturação no Novo Banco, tendo como objectivo a garantia da sua viabilidade a longo prazo".

 

Assim, "no seguimento dos mais recentes desenvolvimentos, as autoridades portuguesas estão confiantes que a Comissão Europeia adopte a sua decisão final em breve".

 

Estas afirmações, tanto de Bruxelas como do Governo português, surgem no dia em que terminou a oferta de recompra de dívida própria, lançada a 25 de Julho, e com a qual o banco prevê conseguir poupanças de 500 milhões de euros.

 

Esta operação é essencial para que seja concretizada a venda do banco ao fundo norte-americano Lone Star e os resultados finais ainda não foram divulgados pelo Novo Banco, mas na sexta-feira já tinha sido cumprido mais de 73% do objectivo.

 

Criado aquando da resolução do Banco Espírito Santo (BES), em 03 de agosto de 2014, como banco de transição, o Novo Banco é detido na totalidade pelo Fundo de Resolução, entidade detida pelos bancos do sistema, mas gerido pelo Banco de Portugal (BdP).

 

Em Março, foi assinado o contrato de promessa de compra e venda entre o Fundo de Resolução (actual accionista único do Novo Banco) e o fundo norte-americano Lone Star, que prevê que o Novo Banco seja alienado em 75%, mantendo o Fundo de Resolução 25%.

 

A Lone Star não pagará qualquer preço, tendo acordado injectar 1.000 milhões de euros no Novo Banco para o capitalizar, dos quais 750 milhões entrarão quando o negócio for concretizado e os outros 250 milhões até 2020.

 

Já o Fundo de Resolução ficou com a responsabilidade de compensar o Novo Banco por perdas que venham a ser reconhecidas com os chamados activos 'tóxicos' (crédito malparado e imobiliário) e alienações de operações não estratégicas, caso ponham em causa os rácios de capital da instituição, no máximo de 3,89 mil milhões de euros.

 

A concretização do negócio ainda está sujeita a três condições: as autorizações da Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, a nível de ajudas estatais, e do Banco Central Europeu, mas também a uma operação de diminuição de passivo do Novo Banco.

 

Esperava-se que esta operação fosse uma troca de dívida própria, mas o banco optou por uma recompra desses títulos para, assim, poupar 500 milhões de euros.

 

O Novo Banco teve prejuízos de 290,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, uma melhoria face aos 362,6 milhões de euros negativos registados entre Janeiro e Junho do ano passado.

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