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Maya como CEO aguarda modelo de poder no BCP

Nuno Amado passará a presidente da administração do BCP e Miguel Maya sobe a líder executivo, segundo o modelo de governo desenhado pelos accionistas, que pretende respeitar as exigências do BCE.

Miguel Baltazar/Negócios
12 de Março de 2018 às 07:00
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O actual vice-presidente da comissão executiva do BCP, Miguel Maya, deverá assumir o leme do banco, ocupando o lugar de Nuno Amado, que passará a presidir ao conselho de administração. Esta alteração de lugares, dada como provável, está ainda dependente do novo modelo de organização do poder no banco. Há que chegar a um acordo final entre os principais accionistas e que tenha, depois, a luz verde do Banco Central Europeu (BCE).

 

 A aposta na continuidade no BCP, que multiplicou os lucros por mais de sete em 2017, foi estando sempre em cima da mesa dos accionistas, a Fosun, com 25%, e a Sonangol, cuja posição estará em torno de 19% (a última versão oficial aponta para 15%, mas houve reforço da participação). Nuno Amado continua na instituição, mas vários factores tornaram a organização do banco mais complicada.

 

 Ao acordo entre accionistas, em que a petrolífera angolana passa a ser a segunda maior accionista ao contrário dos últimos mandatos, juntaram-se as recomendações do Banco Central Europeu, que apontam para um conselho de administração mais reduzido, como adiantou o Jornal Económico. Os estatutos do banco prevêem um mínimo de 17 e um máximo de 25 membros. Estão em funções 19 elementos neste mandato. É do conselho de administração, presidido por António Monteiro, que emana a comissão executiva, que gere o dia-a-dia do banco encabeçado por Nuno Amado.

 

Só que, como avançaram o Eco e o Expresso no fim-de-semana, a distribuição de poderes pode mudar com o início de um novo mandato. A passagem de Amado para "chairman" e de Miguel Maya, actual vice da comissão executiva, é apontada como a solução mais provável, algo que o Negócios também confirmou. Amado ficará como presidente da administração, com um acompanhamento mais próximo do trabalho executivo (como aliás o BCE exige de quem ocupa estes cargos).

 

Tendo em conta que o banco precisa de gestores executivos, um conselho mais diminuto reduz a presença de não executivos que possam estar em representação de accionistas. Até porque o BCE tem exigido uma maior profissionalização dos administradores bancários. Está, por isso, a ser trabalhado o reforço do conselho estratégico, órgão consultivo onde os accionistas poderiam ter um contacto mais próximo na estratégia da instituição, como já admitiu o presidente da Sonangol, Carlos Saturnino, quando disse que o investimento no BCP era "estratégico". É aqui que poderá ser dada palavra, também, a accionistas como a EDP e a BlackRock, com participações qualificadas.

A assembleia-geral realiza-se a 15 de Maio, pelo que tudo tem de estar decidido até à convocatória, no final de Abril.

 

 

Um homem da casa sobe a líder executivo

Um mês depois da assembleia-geral de 15 de Maio, onde pode ser eleito presidente executivo do Banco Comercial Português, Miguel Maya completará 54 anos, 28 deles passados na banca e, desses, 22 no BCP. O início do trajecto no sector financeiro foi no Banco Português do Atlântico, depois integrado no banco fundado por Jardim Gonçalves. Em 2007, chegou a chefe de gabinete de Carlos Santos Ferreira, tendo transitado depois para a comissão executiva, onde permaneceu com Nuno Amado, como vice-presidente. Num banco em que o malparado tem sido um assunto a resolver, é dele a responsabilidade pela direcção de crédito.

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