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Margem do Crédito Agrícola duplica e faz lucro disparar 140% para 224 milhões

Grupo liderado por Licínio Pina enfatiza rentabilidade de capitais próprios de 13,9% nos primeiros nove meses. Comissões renderam mais 10%. A margem da atividade seguradora caiu 35%.

O Crédito Agrícola, liderado por Licínio Pina, quer avançar com a fusão de 20 caixas.
Miguel Baltazar
24 de Novembro de 2023 às 11:07
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O Grupo Crédito Agrícola registou um lucro de 224,4 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa um aumento de 139,3% face ao mesmo período de 2022, informou a instituição em comunicado. A rendibilidade dos capitais próprios foi de 13,9%.

O resultado fica a dever-se na quase totalidade ao negócio bancário, cuja contribuição quadruplicou para quase 214 milhões de euros, o que compara com um valor de 53 milhões em setembro do ano passado. A atividade seguradora representou cerca de 11 milhões de euros.

O lucro foi influenciado, tal como no restante sistema financeiro, pela subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE) e consequente evolução da margem financeira, que disparou 120% para 537 milhões de euros. A taxa da margem financeira fixou-se em 3,2%, valor que compara com os 1,3% verificados um ano antes.

As comissões renderam mais 10%, atingindo 114 milhões de euros. Em sentido contrário, a margem da atividade seguradora caiu 35% para 64 milhões de euros. Tudo somado, o produto bancário escalou mais de 60% para 715 milhões de euros.

A diferença entre os juros que são pagos nos depósitos e os que são cobrados nos créditos deverá, no entanto, reduzir-se, avisa o presidente do grupo Crédito Agrícola. A remuneração de depósitos de clientes aumentou neste período, "tendência que se espera continuar a observar e que contribuirá para a reversão dos níveis de rentabilidade mais elevada do setor", afirma Licínio Pina, citado no mesmo comunicado.

A carteira de crédito a clientes manteve-se estável face a dezembro de 2022 nos 12 mil milhões de euros. Os empréstimos a particulares somavam 5 mil milhões de euros (divididos entre cerca de 3,5 mil milhões em crédito à habitação e o restante em consumo e outras finalidades), enquanto os outros 7 mil milhões eram de empresas e da administração pública.
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Os depósitos ascenderam a quase 20 mil milhões de euros, num decréscimo ligeiro face ao final de 2022.

As operações financeiras passaram de um contributo negativo de 4,5 milhões em setembro de 2022 para 12,7 milhões positivos no mesmo mês deste ano.

As imparidades e provisões aumentaram para cerca de 72 milhões de euros (mais 49 milhões face a setembro de 2022), "em resultado de um aumento do crédito em incumprimento, em particular na carteira de crédito habitação e, com menor incidência, no segmento das PME", explica a instituição em comunicado.

A carteira de crédito malparado (NPL, sigla para a expressão inglesa "Non Performing Loans") registou um acréscimo de quase 25% face ao final de 2022, atingindo mais de 730 milhões de euros. O crescimento "é quase totalmente justificado pela carteira de crédito à habitação (mais 69 milhões de euros face a dezembro de 2022) e pelo segmento das PME (mais 69,7 milhões de euros), tendo cada um contribuído com cerca de 48% do acréscimo de NPL", explica a instituição financeira.

O rácio de NPL situou-se em 6,3%, num agravamento face aos 5,1% verificados em dezembro do ano passado e aos 5,4% no final do primeiro semestre de 2023.

Os custos de estrutura aumentaram 6,7% para 311 milhões de euros.

Nos seguros, que tiveram um contributo de quase 11 milhões de euros para os resultados do grupo, a CA Seguros teve um resultado líquido de 7 milhões de euros e a CA Vida de 3,7 milhões de euros.

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