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Marcelo garante que bancos estão "empenhados". Agora quer ouvir BdP e APB
O Presidente da República realizou, esta segunda-feira, uma videoconferência com os presidentes dos principais bancos nacionais. Marcelo Rebelo de Sousa garante que a banca está empenhada em cumprir as medidas adotadas pelo Governo e aquelas que foram apresentadas pelo setor, neste contexto de pandemia.
Marcelo Rebelo de Sousa vai receber, esta terça-feira, o governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, e o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Fernando Faria de Oliveira. Isto depois de ter estado hoje reunido, através de videoconferência, com os presidentes dos principais bancos nacionais. De acordo com o Presidente da República, o setor está "empenhado" em cumprir as medidas e "atento" à realidade nacional.
"Amanhã irei receber o presidente da APB e depois o governador do BdP para ter a visão da entidade que supervisiona o sistema bancário portugues", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações transmitidas pela SIC Notícias, após a reunião com os cinco maiores bancos nacionais.
Uma reunião que se realizou para o Presidente da República perceber como é que os banqueiros veem o impacto e duração desta crise, assim como vão conseguir controlar a liquidez num momento em que o crédito malparado irá disparar. Quis ainda saber que avaliação fazem das medidas adotadas pelo Governo, nomeadamente as moratórias no crédito e as linhas de crédito criadas para ajudar as empresas mais penalizadas pela crise provocada pela pandemia, e pedir-lhe que assumam um papel decisivo nesta crise, ajudando as empresas e famílias de forma rápida e robusta.
"Em primeiro lugar, ouvi-os [aos banqueiros] sobre a análise da situação económica e social, portuguesa e internacional, e sobre o que estão a fazer para responder a essa situação no caso portugues. E devo dizer que saí desta reunião com a sensação de que a banca portuguesa esta a acompanhar de forma muito atenta a realidade do nosso país", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
De acordo com o Presidente da República, os bancos já puseram "no terreno o financiamento previsto nas medidas" aprovadas pelo Governo, mas também as medidas oferecidas por cada banco. "Em casos que foram expostos" pelos bancos, este apoio "ou já chegou, ou está a chegar ou vai chegar nos próximos dias e semanas, progressivamente, às empresas", referiu ainda, garantindo que encontrou entre os bancos "um estado de espírito de grande mobilização no sentido de ajudar a economia portuguesa a enfrentar um período que sabemos que será difícil".
Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda uma garantia: "neste momento, pode dizer-se que a situação da banca pode merecer a confiança dos portugueses relativamente ao seu empenho nas medidas a cumprir", as suas e as do Governo.
Foi no sábado que o Presidente da República afirmou que iria ter, esta segunda-feira, uma videoconferência com os presidentes dos principais bancos nacionais, tal como o Expresso já tinha avançado. "A banca deve ao país", pelo contributo que cada português deu para viabilizar bancos, disse o Presidente da República. Agora, referiu ainda, "o que se lhe pede [à banca] é outra coisa. É que pegue nas linhas de crédito e faça chegar às empresas, agilize, facilite".
Já os bancos levaram uma crítica aos apoios prestados às empresas. Isto porque, conforme escreveu o Expresso, Portugal, ao contrário dos outros países europeus, foi o que disponibilizou menos linhas de crédito disponibilizadas pelo Estado. O valor em território nacional foi de três mil milhões de euros, enquanto em Espanha alcançou os 100 mil milhões, em créditos a cinco anos e com período de carência de um ano. Desta forma, as empresas podem continuar a cumprir as suas obrigações junto dos trabalhadores, fornecedores e da banca, o que permite que, quando a crise acabar, a dívida destas empresas não aumente.