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Joaquim Barroca: “Nunca entrei na Caixa. Nem sei onde é a entrada principal”

O responsável do Grupo Lena garante que nunca tratou das questões financeiras da empresa. Os créditos da CGD foram discutidos, diz, com o administrador financeiro à data.

Lusa
16 de Maio de 2019 às 10:45
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Joaquim Barroca garante que nunca tratou de matérias financeiras no Grupo Lena, nomeadamente dos créditos que foram concedidos pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) às empresas das quais é acionista. Esse papel era do administrador financeiro.  

 

"Nunca entrei na Caixa, nem sei onde é a entrada principal da Caixa", afirma Joaquim Barroca aos deputados na comissão parlamentar de inquérito, esta quinta-feira, 16 de maio. 

 

"Não fui que me reuni ou tive contactos com alguém da Caixa", porque "havia gente dentro do grupo com essa responsabilidade", explica. Este responsável seria Paulo Fernandes, o administrador financeiro à data. Ainda assim, recorda-se que terá sido a Caixa a apresentar a proposta de financiamento. "A ideia que tenho é que a proposta veio da Caixa".

 

Foi em 2007 que o Grupo Lena adquiriu a totalidade do capital da construtora Abrantina e integrou os ativos industriais na "sub-holding" Lena Construções. Isto porque, explica Joaquim Barroca, esta compra criava "sinergias, complementaridade de alvarás e posicionamento" que "permitia à Lena Construções candidatar-se a grandes projetos".

 

De acordo com o responsável, a operação acabou por ser "apadrinhada" pela CGD porque os créditos desta empresa já eram considerados "incobráveis".  

 

"Estes créditos já estavam armazenados como imparidades e já eram reconhecidos como créditos mortos. Quando a Lena adquiriu a Abrantina, esses créditos transformaram-se em créditos vivos", nota Joaquim Barroca, acrescentando que "se alguma vez a Lena os pagasse seriam receitas extraordinárias para o banco". 

 

"A Caixa com esta operação ainda ganha uma outra coisa", continua, que "foram os juros dos 44 milhões de euros que temos andado a pagar e que o anterior acionista não pagaria porque já era dado como perdido". Barroca refere ainda que a dívida da Abrantina era "monstruosa".

Em 2015, a CGD tinha uma exposição de 48,7 milhões de euros à Lena Construções e de 44,3 milhões à Always Special, "holding" da família Barroca, de acordo com a auditoria da EY a 16 anos de gestão do banco estatal. 
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