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IGF sem acesso aos relatórios de auditoria da Caixa há mais de um ano  

Segundo Vítor Braz, a CGD "negou acesso à IGF", escusando-se a fornecer o relatório "invocando a confidencialidade" da informação.

David Martins/Correio da Manhã
14 de Fevereiro de 2017 às 19:43
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O último relatório de avaliação de auditoria que a Inspecção-Geral das Finanças (IGF) recebeu da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é relativo ao terceiro trimestre de 2015, revelou hoje no parlamento o inspector-geral das Finanças, Vítor Braz.

 

"A IGF pronunciou-se sobre o último relatório de avaliação de auditoria que recebeu, referente ao terceiro trimestre de 2015. Em 2016 não tivemos acesso a essa fonte de informação", disse o responsável durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à CGD.

 

E reforçou: "Em 2016 não tivemos acessos aos relatórios de avaliação da auditoria. Não nos foram enviados".

 

Segundo Vítor Braz, a CGD "negou acesso à IGF", escusando-se a fornecer o relatório "invocando a confidencialidade" da informação.

 

"A última tentativa de acesso a informação financeira da CGD aconteceu em agosto de 2016", indicou o líder do IGF, acrescentando que também o Banco de Portugal invocou o dever de sigilo para "recusar o acesso".

 

De resto, o inspector-geral das Finanças, nomeado para o cargo no início de 2015 pela ministra das Finanças do anterior governo PSD/CDS-PP, Maria Luís Albuquerque, afirmou aos deputados que não tem mantido contactos com o executivo socialista a propósito do banco público.

 

"Não falei sobre a CGD com o actual Governo", referiu.

 

Na sua intervenção inicial, Vítor Braz explicou que um novo regime em vigor desde o início de Janeiro de 2014 "alargou o domínio" de intervenção relativamente ao Sector Empresarial do Estado (SEE), incluindo sobre o banco público, com o objectivo de "reforçar os deveres de controlo accionista" sobre as suas contas.

 

Questionado sobre o elevado volume de imparidades que esteve na origem da necessidade de recapitalização (acima dos cinco mil milhões de euros) do banco estatal, Vítor Braz disse que, como a IGF não teve acesso à informação necessária para fazer uma avaliação, não está em condições de se pronunciar sobre as mesmas.

 

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