Notícia
Ex-chairman do Montepio acusa bancos de aproveitarem subida dos juros
Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, Carlos Tavares aponta o dedo à banca por criar um "problema de equidade" para os depositantes e travar um incentivo à poupança dos portugueses.
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07 de Janeiro de 2023 às 21:00
Com a subida das taxas de juro, seria expectável que os bancos não só aumentassem o custo dos créditos, como estão a fazer, mas também a remuneração dos depósitos. Só que estse não tem sido o caso e o economista Carlos Tavares entende que os bancos se estão "a aproveitar" do momento.
Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, o ex-presidente não executivo do Montepio nota que "as taxas hoje estão a refletir-se nos créditos e não se estão a refletir nos depósitos", o que é "um problema do ponto de vista da racionalidade e da justiça até, da equidade, para os depositantes".
O economista, que agora coordena na Sedes o Observatório das Políticas Económicas e Financeiras, entende que os bancos "estão a aproveitar a situação para tentar compensar alguns resultados que tiveram menos positivos das taxas de juro negativas".
Numa altura em que o BCE pretende combater a inflação, "um dos efeitos da subida das taxas de juro é suposto ser incentivar a poupança para reduzir a procura, para reduzir o consumo", lembra Carlos Tavares.
Mas os bancos, "ao terem esse tipo de comportamento, na prática, estão a cortar um dos canais de transmissão da política monetária, de incentivo à poupança". Uma situação que "não se deve prolongar, não se pode prolongar", considera o economista.
Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, o ex-presidente não executivo do Montepio nota que "as taxas hoje estão a refletir-se nos créditos e não se estão a refletir nos depósitos", o que é "um problema do ponto de vista da racionalidade e da justiça até, da equidade, para os depositantes".
Numa altura em que o BCE pretende combater a inflação, "um dos efeitos da subida das taxas de juro é suposto ser incentivar a poupança para reduzir a procura, para reduzir o consumo", lembra Carlos Tavares.
Mas os bancos, "ao terem esse tipo de comportamento, na prática, estão a cortar um dos canais de transmissão da política monetária, de incentivo à poupança". Uma situação que "não se deve prolongar, não se pode prolongar", considera o economista.