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Estado emprestou 20 mil milhões aos bancos e recuperou 6 mil milhões
O saldo dos fluxos financeiros entre o Estado e as instituições financeiras é negativo para o primeiro: perdas de 14 mil milhões de euros. Ou, olhando para o peso na economia, 8% do PIB foi para a banca entre 2008 e 2015. Sem contar a injecção a fazer na CGD.
O Estado português emprestou 20 mil milhões de euros aos bancos portugueses entre 2008 e 2015. As receitas obtidas pelos apoios prestados ao sector financeiro ascenderam a 6 mil milhões no mesmo período. Reduzindo: por cada 10 euros que o Estado emprestou ao sector financeiro conseguiu recuperar 3 euros.
Estes são os valores divulgados pelo Tribunal de Contas no Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2015: "o esforço financeiro resultante das intervenções públicas, destinadas a poiar o sistema financeiro nacional no seguimento da crise financeira internacional, iniciada em 2007, constituiu um encargo elevado para o erário público num contexto de finanças públicas deficitárias".
O saldo final dos fluxos entre o Estado e os bancos nacionais fixou-se em 14,3 mil milhões de euros. É 8% do produto interno bruto nacional. Resulta das despesas de 20,4 mil milhões e das receitas de 6 mil milhões. Nas despesas inclui-se por exemplo a capitalização do Novo Banco, a resolução do Banif e as ajudas públicas através dos instrumentos híbridos chamados CoCos. Nas receitas, o que obteve com as devoluções destes investimentos.
Para o saldo de todo o período, o BES é o banco que mais pesa (4,7 mil milhões), seguido do nacionalizado do BPN (3,2 mil milhões). A CGD é responsável por um saldo negativo para o Estado de 3 mil milhões de euros entre 2008 e 2009 mas ainda sem contabilizar o aumento de capital que envolve a injecção de 2,7 mil milhões de euros em dinheiro fresco (que vai ocorrer em 2017).
Especificamente em 2015, o saldo negativo é de 2,5 mil milhões de euros, 3,4% do produto interno bruto. O Banif foi o grande responsável.