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É oficial: Santa Casa já entrou no capital do Montepio

A Associação Mutualista e a Santa Casa já assinaram o contrato que concretiza a entrada da entidade liderada por Edmundo Martinho no capital do Montepio.

Miguel Baltazar
28 de Dezembro de 2018 às 19:54
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É oficial: a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) entrou no capital do Montepio. Depois da transferência dos 75 mil euros, já foi assinado o contrato por parte da entidade liderada por Edmundo Martinho e pela Associação Mutualista, dona do banco. Era o passo que faltava para concretizar este investimento. 

 

"O contrato já foi assinado e devolvido pela Associação Mutualista à SCML", afirmou fonte oficial da Santa Casa ao Negócios, seis meses depois da formalização do negócio. 

A minuta do contrato já tinha sido assinada e enviada pela SCML ao presidente da Mutualista, na mesma altura em que foi transferido o investimento. Faltava apenas a assinatura de Tomás Correia e a devolução do documento, assinado, à Santa Casa, o que aconteceu nos últimos dias do ano. Ou seja, no limite do prazo definido pelo presidente da Associação.  

Caso contrário, poderia ter sido criado um problema contabilístico para a SCML. Se este documento não tivesse sido assinado até ao final do ano, a dona do Montepio corria o risco de ter devolver os 75 mil euros já transferidos, já que a Santa Casa não teria como justificá-los nas suas contas.

Além da SCML, entraram ainda outras 30 entidades da economia social, avançou fonte oficial da Mutualista ao jornal Eco e posteriormente ao Negócios. Fica, contudo, por saber qual é o investimento total, um valor que a associação não revela. 

Em Setembro, o Público avançava que as outras misericórdias e IPSS tinham investido, até então, cerca de 16 mil euros. Os 90 mil euros, no total, ficam muito distantes dos 48 milhões pretendidos por Tomás Correia.

 

Desde o arranque deste processo que as misericórdias e IPSS rejeitaram investir milhões no banco. A própria Santa Casa deixou claro que não iria pôr mais capital na instituição liderada por Carlos Tavares até que fosse criado um quadro para regular todos os investimentos financeiros – algo em que já está a trabalhar a pedido do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Mesmo depois, não garante um reforço da posição no Montepio.

Na cerimónia que formalizou o negócio, que teve lugar a 29 de Junho, Tomás Correia, recentemente reeleito no cargo de presidente da Mutualista, referiu que iriam entrar 50 instituições e que esperava mesmo alienar até 2% do capital do banco em 2018. 

(Notícia actualizada às 21:30)

 

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