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Dívida de Vieira: Auditoria conclui que fundo foi a melhor opção. Imosteps ficou de fora

A auditoria externa feita pela BDO à dívida do Promovalor, grupo de Luís Filipe Vieira, ao Novo Banco conclui que a criação do fundo imobiliário foi a que melhor garantiu a potencial recuperação de créditos. O financiamento à Imosteps, negócio investigado pelo Ministério Público, não foi analisado.

Auditoria externa à reestruturação da dívida do grupo Promovalor, de Luís Filipe Vieira, foi entregue no Parlamento Pedro Ferreira
26 de Julho de 2021 às 21:08
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A auditoria externa pedida pelo Fundo de Resolução à reestruturação da dívida da Promovalor, grupo ligado a Luís Filipe Vieira, concluiu que a utilização de um fundo imobiliário é "a opção que demonstra maior potencial de recuperação de créditos", permitindo também o "reforço das garantias relevantes" mantendo o Novo Banco "no controlo da gestão".

O documento já foi enviado aos deputados da comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco, que estão prestes a concluir os trabalhos, e analisa três cenários possíveis: o pedido de insolvência da Promovalor, a execução das dívidas ou a conversão de parte da dívida e transferência de ativos para o fundo imobiliário gerido pela Capital Criativo, agora C2Capital Partners.

"Uma reestruturação de dívida, conforme anteriormente realizado, envolvendo a extensão do prazo de pagamento e a redução de taxas e comissões acarretaria riscos significativos superiores superiores à reestruturação FIAE [Fundo de Investimento Alternativo Especializado", aquele que é gerido pela C2 Capital Partners.

Num outro cenário, a "opção de execução de garantias tinha um risco significativo de desvalorização dos ativos, dado o risco de caducidade ou descontinuidade dos processos de licenciamento", lê-se no documento enviado ao Parlamento e a que o Negócios teve acesso. "Mesmo no caso do Hotel da Reserva do Paiva, havia o risco de a atividade do hotel vir a ser suspensa".

A opção de reestruturação via fundo imobiliário, com a transferência dos ativos imobiliários para a gestão pela antiga capital Criativo e conversão de parte da dívida em unidades de participação, foi considerada pela auditora BDO "a opção que demonstra maior potencial de recuperação de créditos, permite reforço de garantias relevante e coloca o Novo Banco no controlo da gestão".

Apesar de a auditoria externa considerar "o modelo escolhido ser razoável", também revela um conjunto de "fragilidade", entre as quais  "a assunção de responsabilidades potenciais, new money não adequado às responsabilidades financeiras identificadas" e "plano de negócio de referência com debilidades".

Financiamento à Imosteps de fora
O financiamento à Imosteps e posterior venda da dívida a um fundo abutre, com recompra pelo empresário José António Santos, ficou de fora das operações analisadas pela auditoria externa.

Foi considerada matéria "fora de âmbito", sabe o Negócios. Apesar de a administração do banco considerar que a dívida está incluída no universo empresarial de Luís Filipe Vieira, ex-presidente do SL Benfica, considerou que a empresa tem uma atividade distinta da Promovalor e outros acionistas que permitiriam uma reestruturação equilibrada do financiamento em incumprimento.
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