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CEO de bancos nos EUA rejeitam modelo centrado nos acionistas

Jamie Dimon e dezenas de outros líderes de algumas das maiores empresas do mundo estão a abandonar a visão antiga de que os interesses dos acionistas devem vir em primeiro lugar.

Giulia Marchi
24 de Agosto de 2019 às 19:00
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O objetivo de uma empresa é atender a todos os seus constituintes, incluindo funcionários, clientes, investidores e a sociedade em geral, afirmou o grupo Business Roundtable num comunicado. Jamie Dimon, presidente do JPMorgan Chase, lidera o grupo.

 

"Enquanto cada uma das nossas empresas individuais atende ao seu próprio propósito corporativo, nós partilhamos um compromisso fundamental com todos os nossos acionistas", disse o grupo no comunicado. "Os americanos merecem uma economia que permita que cada pessoa seja bem-sucedida através do trabalho duro e da criatividade e que leve uma vida de significado e dignidade".

 

Os 181 signatários incluem Laurence Fink, da BlackRock, Charlie Scharf, do Bank of New York Mellon, e CEO de seis dos maiores bancos dos EUA.

 

Premissa fundamental

A mudança nas prioridades corporativas chega numa altura de ampliação da desigualdade de rendimentos e do aumento dos custos de itens como assistência médica e ensino superior, que levaram alguns políticos a questionarem se a premissa fundamental do capitalismo americano deveria ser renovada. Alguns executivos também reclamaram que um foco excessivo no preço das ações e nos resultados trimestrais dificulta a sua capacidade de construir negócios a longo prazo.

 

A ideia de que os negócios existem principalmente para beneficiar acionistas - também conhecida como primazia de acionistas - tomou conta da América corporativa nos anos 80. Em 1997, o grupo Business Roundtable abraçou a ideia num documento para delinear princípios de governança.

 

O conceito tem sido criticado por levar a uma fixação nos resultados de curto prazo e ajudar a alimentar o rápido aumento da remuneração dos executivos.

 

Na sua carta anual aos acionistas neste ano, Fink pediu aos gestores que assumissem um papel maior nas questões sociais e políticas, em vez de se concentrarem apenas no lucro.

 

"As partes interessadas estão a pressionar as empresas a entrarem em questões sociais e políticas sensíveis - especialmente quando vêem os governos falharem em fazê-lo efetivamente", disse Fink, cuja empresa gere quase 7 biliões de dólares em ativos. A mensagem ecoou a posição que o responsável assumiu em 2018, exortando os CEO a darem uma contribuição mais positiva para a sociedade.

 

(Texto original: JPMorgan’s Dimon Among CEOs Rejecting Investor-Centric Model)

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