O CDS sinalizou que poderá opor-se à proposta de alteração do Orçamento Rectificativo apresentada pelo Governo para permitir a resolução do Banif, considerando que o Ministério das Finanças deveria dar mais informação, nomeadamente sobre os custos das várias alternativas, incluindo a imposição de perdas a depósitos superiores a 100 mil euros, como previsto no sistema de resolução que entra em vigor em Janeiro.

"Nós não achamos que a solução tenha de ser dada amanhã, na verdade não achamos que tenha de ser dada antes de 31 de Dezembro" afirmou João Almeida, deputado centrista, que criticou a forma como o Governo apresentou a sua solução como a única solução possível.

O deputado do CDS defendeu por exemplo que seria importante perceber os impactos de uma resolução do banco em Janeiro, envolvendo perdas para depositantes, e argumentado que hoje a "literacia financeira é muito maior que no passado". Continuou, argumentando que "o que se fez com o BES separou muito melhor o que deve ser protegido pelo Estado e o que não deve ser protegido".

"Não poderemos ponderar o voto sem ponderar o que aconteceu em Portugal" nos últimos anos com vários bancos, governos e governadores, argumentou ainda, questionando se "o país está em condições de pedir aos contribuintes o esforços que vai pedir sem prestar contas sobre o papel do Estado na defesa dos contribuintes" nos últimos anos.

O ministro das Finanças revelou mais tarde que o Banif tinha 7.411 depósitos acima de 100 mil euros, dos quais 6.374 de particulares. O montante médio destes depósitos era de 283 mil euros, o que eleva para cerca de dois mil milhões de euros o total de depósitos acima de 100 mil euros.