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Carlos Costa avisa que digitalização da banca pode levar a fecho de mais agências
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, disse hoje que a digitalização do setor bancário poderá levar à redução de mais balcões, nomeadamente em países onde a rede é mais vasta, como em Portugal.
"À medida que novos 'players' [operadores] digitais entram no mercado, começará a questionar-se até quando será necessária uma tão vasta rede de balcões, como aquela que caracteriza tantos países, como o nosso", afirmou hoje Carlos Costa na conferência Banking Summit, em Lisboa, dedicada a debater a evolução do sector bancário na era digital.
O responsável pelo supervisor bancário considerou que a evolução da rede comercial presencial dependerá de vários factores, como a literacia financeira e a demografia (já que utilizadores mais jovens privilegiam os canais digitais), a personalização da relação entre banco e cliente e a confiança na protecção de dados.
O governador destacou a importância da literacia financeira, considerando que na sua ausência os clientes ficam sujeitos a mais acções ilegais e fraudes.
"Vai aumentar a pressão sobre reguladores e prestadores de serviços para limitar ou, no limite, anular o risco", afirmou.
Os bancos já vêm reduzindo a sua rede de balcões nos últimos anos, no âmbito dos processos de reestruturação que levaram a cabo para diminuírem custos e tentarem recuperar a rentabilidade.
Segundo contas feitas pela Lusa, e sem dados definitivos de alguns bancos, apenas em 2017 cerca de 400 agências bancárias fecharam portas nos cinco principais bancos (Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander Totta, Novo Banco e BPI).