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BPI recebeu 800 candidaturas para saídas voluntárias
O plano de emagrecimento do BPI, actualmente detido pelo CaixaBank, apontava a saída de 400 trabalhadores, 50 por saídas voluntárias e 350 por reformas antecipadas. As candidaturas pulverizaram essa meta: foram 800, escreve o i.
O BPI planeava dispensar 50 trabalhadores através de rescisões por mútuo acordo e 350 através de reformas antecipadas. Até final do ano, o objectivo era que saíssem 400 trabalhadores. Porém, os funcionários do banco aderiram em massa e foram apresentadas 800 candidaturas para deixar o banco de forma voluntária, escreve o i na edição desta quinta-feira, com base em números divulgados pelos sindicatos do sector.
Dada a adesão considerável às saídas por mútuo acordo, o banco deverá agora mudar a distribuição de trabalhadores a dispensar e, no limite, o BPI admite que o número total de saídas possa mesmo ultrapassar os 400 bancários, como o Negócios já tinha avançado.
O número de funcionários a sair de forma voluntária através de rescisões negociadas deve ultrapassar os 50 inicialmente previstos. E os 350 trabalhadores que deveriam sair através de reforma antecipada deverão ser reduzidos, adianta o i. O banco terá de fazer uma selecção rigorosa de quem pode ou não sair.
O banco oferecia 2,5 salários por cada ano de trabalho a quem aderisse à rescisão amigável, mas a saída não dava direito a usufruir do subsídio de desemprego. Apesar disso, quem abandonasse a instituição poderia manter o subsistema de saúde dos bancários, o SAMS, e as condições mais vantajosas nos créditos que tivessem sido contratados com o banco.
Quando avançou com a Oferta Pública de Aquisição ao BPI (que lhe permitiu passar de 45,5% do capital banco para 84,52%), o CaixaBank apontava a saída de 900 trabalhadores, vindo depois o presidente do banco catalão a dizer que esse número era apenas indicativo. Paulo Marcos, presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) mostra-se surpreendido com a adesão e diz ao jornal que essa meta poderá, afinal, ser atingida "muito mais cedo" do que estava previsto, que era "em três anos".
Rui Riso, presidente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI), garante ao i que a meta de redução de 900 trabalhadores está já a ser cumprida e que o banco "deve interrogar-se por que é que tantos trabalhadores" querem sair. "Isto é reflexo da instabilidade vivida no BPI", diagnostica.
CGD não atinge meta de pré-reformas
O i falou também com o presidente do sindicato dos trabalhadores da CGD, João Lopes. O banco público também lançou um plano de redução de trabalhadores através reformas antecipadas, mas não conseguiu atingir o objectivo. "A administração tinha como meta a saída de 550 trabalhadores" mas "não conseguiu atingir esse número", assegura o sindicalista.
Actualmente está em curso o programa de rescisões amigáveis.