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BdP: Relatório sobre atuação do supervisor no caso do BES não pode ser divulgado
O governador do Banco de Portugal disse esta noite que não pode divulgar o relatório de avaliação interna sobre a atuação do supervisor no caso do BES porque contém matérias de supervisão que estão ao abrigo do sigilo bancário.
"O documento tem a ver com matérias de supervisão que estão a coberto do dever de sigilo que o Banco de Portugal não pode afastar", afirmou Carlos Costa no parlamento, em Lisboa, durante uma audição requerida pelo PS na sequência do novo pedido de injeção de capital do Novo Banco.
O relatório foi referido em dois momentos ao longo das cerca de quatro horas de audição, primeiro pelo deputado do PS João Paulo Correia e, posteriormente, pela deputada do CDS-PP Cecília Meireles.
As respostas do governador do Banco de Portugal (BdP) foram idênticas, com Carlos Costa a insistir na questão do dever de sigilo e a declarar que o relatório não é pertinente no âmbito das audições da Comissão Parlamentar de Inquérito à Caixa Geral de Depósitos e das presentes audições sobre o Novo Banco.
Segundo Carlos Costa, o relatório "não pode ser tornado público porque está debaixo do segredo que contempla o segredo da supervisão e que o Banco de Portugal não pode quebrar".
Num debate parlamentar na primeira semana de março, a questão do relatório foi abordada, tendo, na ocasião, o primeiro-ministro, António Costa, referido que "também gostaria de conhecer as auditorias do BdP que nunca foram publicadas e conhecidas".
Em causa está um trabalho de avalização interna realizada pela Boston Consulting Group a pedido do Banco de Portugal sobre a atuação do regulador no caso BES.