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BCP acredita no sucesso da parceria com angolanos no Millennium Atlântico

O presidente do BCP, Nuno Amado, mostrou-se esta quinta-feira convicto do sucesso da operação do banco em Angola, após a fusão do Millennium Angola com o Banco Atlântico, que deu origem ao novo Millennium Atlântico.

Miguel Baltazar/Negócios
10 de Novembro de 2016 às 21:55
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"Fizemos uma aliança para o desenvolvimento da nossa operação em Angola. Inicialmente, havia operações cruzadas entre Millennium Angola e o Atlântico, que operavam em segmentos distintos do negócio bancário. Tudo isso funcionou bem, melhor do que pensava", afirmou o gestor num debate promovido pelo Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), em Lisboa.

 

Nuno Amado disse que "meteram lá pessoas boas", mas que "algumas voltaram por falta de adaptabilidade, mas foi um investimento". "Havia objectivos claros e atingimos os objectivos que queríamos. Mas houve um momento em que houve uma alteração nas condições de mercado que tornou tudo mais difícil. Decidimos avançar para um novo tipo de parceria. O melhor é antecipar os problemas e agir rapidamente. Com algumas dificuldades, como nos casamentos, fizemos uma nova parceria para um novo banco, onde somos agora um parceiro minoritário", acrescentou o líder do BCP.

 

Nuno Amado explicou que, após dar-se a fusão, a parceria passou para um segundo nível, que disse esperar que corra tão bem como o primeiro, pois "tem tudo para dar certo". "Passámos para um novo estágio na evolução da nossa parceria e penso que bem", vincou.

 

O banqueiro apontou ainda para as qualidades que a entidade portuguesa tem e que vão contribuir para o sucesso do novo Millennium Atlântico. "Temos uma base técnica boa, somos bem-intencionados e temos a capacidade de adaptação para este tipo de parcerias. Tenho uma visão não de pai, mas de padrinho. E de padrinho de baptizado, porque quando cheguei o filho já estava criado", finalizou o presidente do BCP.

 

Durante o debate, em que também participaram o presidente do Conselho-Geral do IPCG, Pedro Rebelo de Sousa, e o professor do ISCTE Luís Todo Bom, o forte investimento que as empresas chinesas têm feito em Portugal foi abordado, isto, numa altura em que o Grupo Fosun negoceia a entrada no capital do BCP.

 

"Prefiro alguém que tenha uma estratégia de 10 ou 15 anos do que de dois ou três trimestres", admitiu Nuno Amado, considerando ainda que, do ponto de vista accionista, "é melhor ter diversidade do que não ter diversidade".

 

Na quarta-feira, Nuno Amado tinha dito em conferência de imprensa a propósito da apresentação das contas do BCP nos primeiros nove meses do ano, que as negociações com a Fosun relativas à entrada do grupo chinês no banco estão bem encaminhadas e que espera que até ao próximo dia 21 haja condições para dar mais um passo neste processo. "Estão a correr as negociações de uma forma adequada e achamos que dia 21 temos condições para votar", afirmou Nuno Amado.

 

O gestor não quis especificar quais são as matérias que ainda não estão fechadas, mas revelou que "tem a ver com um conjunto de aspetos, quer de natureza de negócio, quer de natureza de supervisão".

 

Certo é que, tal como Amado reconheceu, o adiamento da votação da alteração do limite de desblindagem dos direitos de voto no BCP dos actuais 20% para 30%, que era para ter sido hoje feita na reunião magna de acionistas que antecedeu a apresentação dos resultados e foi adiada para nova assembleia-geral (AG), a realizar a 21 de Novembro, "está muito ligado à proposta que a Fosun fez".

 

Na mesma ocasião, o presidente do BCP escusou-se a comentar o noticiado interesse da petrolífera angolana Sonangol, que é a maior accionista do banco, em reforçar a sua posição para mais de 20% do capital da entidade portuguesa. "A Sonangol é um accionista. Não falo sobre accionistas nem sobre este tipo de situações. Não posso nem quero falar", afirmou Nuno Amado.

 

Actualmente, a petrolífera angolana detém 18% do capital do BCP, sendo a sua maior accionista.

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