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BBVA defende que "tem de haver consolidação"

O administrador delegado do BBVA, Luís Castro e Almeida, considera que o país não precisa de tantos bancos de grande dimensão, mas admite que há espaço para instituições financeiras de nicho, de que é exemplo.

Bruno Simão
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"São as regras do jogo. Tem de haver consolidação". Luís Castro e Almeida, administrador delegado do BBVA Portugal, considera que o país não precisa de mais do que cinco bancos "sistémicos, universais". Faz sentido que Portugal fique apenas com três, quatro, cinco bancos com essa dimensão? "Espero que sim".

Em Portugal, o BBVA já não é um desses grandes bancos. Há dois anos, a entidade espanhola decidiu-se a ser um banco de nicho: apenas aceita clientes "premium" (mais alto rendimento) e empresas com um volume de negócios acima de cinco milhões de euros.

Com base nesse percurso, o BBVA em Portugal não tem sido envolvido em processos de concentração nos últimos anos, embora tenha estado na fase de consulta do dossiê Novo Banco, em 2015. Castro e Almeida acredita que no país há quem tenha de fazer parte dessa consolidação, considerando que tal já devia ter sido promovido aquando da intervenção externa da troika.

"O modelo de resolução dos problemas na banca não foi o mais acertado. Em Espanha foi diferente: permitiu resolver de forma bastante rápida. Havia 56 bancos, agora só há 14", opina o administrador delegado do banco, no cargo desde Junho de 2015. Em Portugal, eram os bancos que pediam o acesso à linha de capitalização - no país vizinho, era o regulador a determinar.

O BBVA aproveitou o período da troika para o seu emagrecimento: despediu mais de metade do quadro de pessoal e, desde 2010, foram encerradas 85% das agências. Neste momento, o banco tem apenas 12 balcões de retalho e não dá crédito à habitação. O foco está no digital, onde Luís Castro e Almeida diz estarem 65% dos seus clientes.

O banco registou lucros de 2,8 milhões de euros no ano passado, apesar dos custos de reestruturação, que incluíram o despedimento colectivo.
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